Retorno das aulas

João Carlos Ramos 

O então presidente da República Rodrigues Alves morreu, vítima de gripe espanhola, e seu vice, Delfim Moreira, assumiu interinamente o governo do Brasil. Em janeiro de 1919, ocorre o esperado falecimento do referido presidente. Em dezembro de 1918, antecedendo as votações do Congresso, Delfim bate o martelo de vez, declarando: "Aluno nenhum repetirá o ano letivo". Em minha singela opinião, o mesmo deve ser feito pelo representante do Executivo nacional, exploda onde explodir.

Há momentos na vida em que é preciso ter coragem para contrariar amigos e até a si mesmo. A pandemia da covid-19 trouxe a necessidade de ações imediatas, visando efeitos paliativos, uma vez que efeitos duradouros somente o tempo poderá trazer. Há uma expectativa de retorno das aulas por parte de alguns municípios, segundo normas de saúde, recém-estabelecidas. Divinópolis, atualmente na ONDA VERDE, segundo o plano Minas Consciente do Governo do Estado, poderá a qualquer momento retroceder para outra onda, impedindo o retorno das aulas. O Supremo Tribunal Federal (STF) concede autonomia aos municípios nas decisões referentes à covid-19, mas o Estado  continua "achando que pode...". Por outro lado, a piada do presidente, chamando a pandemia de gripezinha, não convence nem seus ministros, que temem perder salários e privilégios. Ai de quem falar que o presidente Jair  Bolsonaro está errado! Deus está acima de todos, inclusive do presidente.

Longe de mim bajular a pessoa em quem votei e muito menos a oposição, que conheço de perto... Deixando esse assunto para outra crônica, analisemos a atitude governamental do retorno das aulas: sou totalmente contra. Primeiramente pela falta de estrutura física das escolas, que já eram muito precárias mesmo antes da covid-19 e agora requer uma reviravolta em todos os aspectos, inclusive o psicológico. O medo, semeado "a quatro ventos" contra a pandemia, atua no cérebro de todos e a realidade nos mostra que, contra fatos, não há argumentos.

O heroico professorado, mais uma vez, terá que “tirar leite de pedra” e os governantes estarão em seus gabinetes, felizes com seus salários, fazendo de conta que estão ao lado do povo. 

Os alunos, por sua vez, não compõem um rebanho de gado, na fila para o abate. Dos males o menor: defendo o retorno das aulas somente em 2021.

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