Representatividade zero

Já há um tempo este espaço vem pontuando a atuação dos poderes Executivo e Legislativo em Divinópolis. Chega a ser vexatória. Dos vereadores então... A cada reunião ordinária, os divinopolitanos tem mais certeza que esta legislatura realmente ficará na história, mas.... A cada discurso, a cada vídeo postado – até de vereador saindo do meio do mato, a cada pedido de instauração de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que nunca dá em absolutamente nada, o povo só tem a certeza que a representatividade passou longe. É vergonhoso ver que Divinópolis, a maior cidade do Centro-Oeste é tão mal representada politicamente.

Se os vereadores fingem que legislam, o prefeito, Galileu Machado (MDB), brinca de administrar. Mas, até o presidente Jair Bolsonaro (PSL) governa pelo Twitter e com tripla participação. Porém, o presidente está ainda no início do mandato. Enquanto que, por aqui, a gestão do emedebista já está chegando ao fim, e simplesmente nada foi feito para tirar Divinópolis do buraco ao qual estava caminhando. Pouco mais de dois anos de mandato, e a falta de recursos que não chegam do governo do Estado é a resposta para tão pouca realização. Logo após ser eleito, o prefeito tratou logo de pagar suas dívidas de campanha, e nomeou, em pouco mais de três meses de administração, 203 cargos comissionados. Para um município que havia sido deixado com um decreto de calamidade financeira.

E foi por quase um ano que se uso a desculpa que não havia tido governo de transição e, por isso, tantas nomeações. Essa “muleta” foi usada até onde deu, mas aí, em 2018, o Governo do Estado começou a confiscar os recursos do Município e os serviços básicos da população começaram a ser afetados. Diante da pressão popular, que questionava como nesta situação se mantinha o Executivo lotado de cargos, cortando serviços essenciais, não restou outra saída senão exonerar alguns ‘carguinhos’. Entretanto, isso tudo, como dizem por aí, foi só para “inglês ver”.

O Executivo, que já chegou a ter 217 nomeados, passou para 168 em dezembro, e 149 no início deste ano com a Reforma Administrativa, que trouxe uma economia de míseros R$ 1,8 mil. Agora, os divinopolitanos têm que engolir seis nomeações, que somam 169 ao todo, e ultrapassam o anunciado “pacote de economia”, feito no fim de 2018. E trabalhando com o mesmo modus operandi de “a gente resolveu tomar essa atitude só agora, porque não acreditávamos que o Governo do Estado estava retendo os nossos recursos”, a Administração mostra que não está devidamente preparada para a nova realidade que é 2019. A sensação que se tem no geral é que milhares de votos foram desperdiçados nas eleições 2016. E pode ficar mais feio se houver aumento do número de representantes na Câmara. De um lado, temos vereadores que fazem oposição por fazer, ou são situação por ser, mas todos unidos em um único propósito: legislar em causa própria. Nem que seja para garantir sua reeleição ano que vem. Do outro, temos um Executivo que vem deixando a desejar em serviços básicos, como as quatro unidades especiais de Atendimento fechadas em 2017. E assim a cidade caminha sem a tal representatividade em todos os sentidos.

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