Registro de casos de sarampo reforça importância da vacinação

Da Agência Minas

O Brasil enfrenta, neste momento, surtos de sarampo em São Paulo, Rio de Janeiro e Pará. Além disso, alguns casos isolados foram identificados em Minas Gerais, Amazonas, Santa Catarina e Roraima. A doença que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estava considerada como prestes a alcançar sua erradicação mundial em 2010, também chegou a render ao país o certificado da OMS, em 2016, de eliminação da circulação do vírus. No entanto, com o retorno do registro contínuo de casos de sarampo, a certificação foi retirada no ano passado.

Minas Gerais registra, até o momento, quatro casos da doença. O primeiro identificado em 2019 foi importado e os outros três registrados estão indiretamente relacionados a esse primeiro, mas com características de transmissão dentro do território.

O coordenador de doenças e agravos transmissíveis da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Gilmar Coelho, explica que o sarampo é uma doença de distribuição universal, com variação sazonal.

— Nos climas temperados, observa-se aumento da incidência no período compreendido entre o fim do inverno e o início da primavera. Nos climas tropicais, a transmissão parece aumentar depois da estação chuvosa. O comportamento varia de um local para outro e depende basicamente da relação entre o grau de imunidade e suscetibilidade da população, bem como da circulação do vírus na área — frisa Gilmar.

Proteção

A vacina é a única forma de prevenir a ocorrência de sarampo na população. Por isso, a principal medida de controle é a vacinação dos suscetíveis, que ocorre por meio da imunização de rotina na rede básica de saúde, do bloqueio vacinal, da intensificação vacinal e das campanhas.

A coordenadora do Programa de Imunizações da SES, Josianne Gusmão, reforça que a vacina é segura e eficaz na prevenção.

— Dessa forma, a principal ação da SES para impedir o avanço da doença é manter a população protegida por meio da vacinação, mobilizando esforços para garantia de altas coberturas vacinais — explica.

 


Conforme a cobertura vacinal acumulada de 1997 a fevereiro de 2019, Minas Gerais apresenta cobertura de 74,14% em pessoas com uma dose da tríplice viral. A faixa de idade com maior proteção é a de 1 ano, com 98,31%. Já a faixa de idade de 40 a 49 anos apresenta apenas 39,57%.

A partir desses dados, estima-se que, em Minas Gerais, 3.923.315 pessoas entre 1 e 49 anos de idade ainda não tenham se vacinado com uma dose contra o sarampo. Já com relação à segunda dose, esse número cai para 41,43%. Segundo Josianne Gusmão, a faixa de idade com maior cobertura é a de 1 ano de idade, com 81,51% e a faixa com menor alcance é a de 20 a 29 anos, com cobertura de 3,74%. Já a estimativa de não vacinados no estado sem duas doses da vacina, dentro da faixa de idade de 1 a 29 anos, é de 5.476.932 pessoas. 

Por essa razão, segundo a coordenadora do Programa de Imunizações de SES, é importante que toda a população coloque seu cartão de vacinas em dia, independentemente da veiculação de alguma campanha.

— Para quem perdeu o cartão de vacinação, a orientação é procurar uma unidade básica de saúde onde recebeu as vacinas para resgatar o histórico de imunização e fazer a segunda via. A ausência do cartão de vacina não é um impeditivo para se vacinar — afirma Josianne. 

Vale lembrar que o cartão de vacinação é o documento que comprova a situação vacinal do indivíduo, devendo ser guardado junto aos demais documentos pessoais.

Ações

Em maio, diante da volta da circulação do vírus do sarampo no território nacional, a SES elaborou um Plano de Contingência para Resposta às Emergências em Saúde Pública do Sarampo. O objetivo foi planejar, executar e avaliar medidas de prevenção e de controle em tempo oportuno, a partir da notificação de possíveis casos de sarampo. 

O Plano de Contingência do Sarampo se justificou diante da necessidade da prevenção e sustentabilidade da eliminação do sarampo no território, já que o cenário no estado reforçou a importância da antecipação das esferas de governo ao enfrentamento de eventuais epidemias de sarampo. O documento teve como objetivo sistematizar ações e procedimentos sob a responsabilidade do estado, de modo a apoiar, em caráter complementar, as ações dos municípios.

Clique aqui
 e confira o Plano de Contingência para Resposta às Emergências em Saúde Pública do Sarampo

Já no mês de julho, foi publicado também no site da SES um alerta para profissionais de Saúde, com o objetivo de deixá-los mais sensíveis quanto à identificação de possíveis casos da doença, especialmente após o período de férias.

Clique aqui e confira o Alerta de Sarampo 2019

Especificamente no que se refere à imunização, a Secretaria de Estado de Saúde divulgou memorando-circular do Ministério da Saúde, com orientações sobre a vacinação contra o sarampo para crianças de 6 meses a menores de 1 ano de idade que irão se deslocar para municípios que apresentam surto ativo de sarampo.

Clique aqui e confira as Orientações sobre a Vacinação contra o Sarampo

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