Questão de cultura

Welber Tonhá e Silva

Hoje é um dia feliz e especial, escrever sobre história e cultura é um desafio que começo a encarar aqui no Jornal Agora. 

Divinópolis é considerada um grande celeiro de artistas e “fazedores culturais”, com histórias incríveis e pessoas que realmente fazem acontecer. Cidade de Adélia Prado, GTO, Brigadeiro Cabral, Esmeralda Fidélis, Túlio Mourão e muitos outros nascidos aqui ou não, com seu caminho trilhado, levaram o nome da cidade além de suas fronteiras.

Hoje, vivemos uma situação atípica, com essa pandemia, a produção artística e a produção cultural tiveram que se reinventar, e em muitos casos pararam totalmente. A lei Aldir Blanc veio como um acalento, foi importante, mas não resolveu.

Nova gestão

A nova gestão do recém-eleito prefeito Gleidson Azevedo (PSC) começa e com ela, expectativas são criadas. Os artistas se movimentaram sugerindo nomes para a pasta da Secretaria de Cultura, nomes como Juvenal Bernardes e e Amilton Costa dos Tetráveis agitaram as redes sociais, mas, foi uma mulher a escolhida, Tita Carvalho, um nome que surpreendeu muitos.

A cidade que ensaiou um respiro com o ex-secretário Gustavo Mendes, que já vem com uma experiência na pasta ocupando chefias, gerências e coordenadorias em gestões anteriores, mas ele não teve muito tempo enquanto secretário.

O currículo de Tita academicamente é respeitável, mas, não traz uma experiência de gestão e tão pouco uma vivencia plural na cultura da cidade. Se foi uma boa escolha do prefeito, o tempo dirá, espero que sim, pois a cidade precisa de continuidade, de sequência e produção constante na pasta que ela ocupa hoje. Vamos esperar e torcer para que ela se permita adquirir essa experiência, ouvindo e participando os fazedores culturais da cidade em seus projetos e ações. 

Produções que valem lembrar

Recentemente, a Prefeitura produziu o projeto “Corra”, com Mariana Bernardes e o artista Pinguim, com lindos grafites feitos pelas ruas, em muros antes tristes e escuros, a alegria das cores tomou conta da cidade. Projetos como Borandá no Museu, e Boa praça quando a pandemia estiver controlada podem voltar, assim como o projeto “Livro Leve e Solto”, a saudosa Rua do Rock, entre outros tantos que abriam espaço para que os artistas da cidade mostrassem seu trabalho.

Museu

Falando em Museu, e falo com certa propriedade, espero que um dos projetos de restauração que estão na gaveta da secretaria de cultura sejam iniciados, Museu que voltou a ficar esquecido, abandonado e hoje quase caindo, foi esquecido inclusive no atual logotipo da gestão da cidade, um absurdo, afinal a “pegada” era representar a história da cidade, e o prédio quase bicentenário (com 190 anos), o mais antigo ainda em pé, pai da criação da primeira escola, do primeiro cinema, da primeira reunião política, e de muitas outras atividades, não pode deixar de ser lembrado, ou melhor, representado.

Sugestão

Uma sugestão que registro nesta coluna é que passemos a ampliar as referências, eu citei lá acima os nomes lembrados prontamente, que estão na ponta língua, que fazem por merecer serem lembrados, porém também temos escultores como Jadir João Egídio e Edward Pereira, escritores na Academia Divinopolitana de Letras (ADL), quase 40, músicos como o folclórico Seu Lula, e a Tia Elza, que domingo, estará levando o nome da cidade nas telas da rede Globo para todo o Brasil, participando do The Voice+, enfim, muitos e muitos artistas e fazedores culturais, bons, que merecem estar no foco.

Welber Tonhá e Silva é Historiador, Escritor, Pesquisador, Fotógrafo e Fazedor Cultural.

 

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