Quero Nadar interrompe atividades

Escola de natação só deve voltar a funcionar normalmente no segundo semestre, após o inverno

Da Redação

Com a segunda onda da covid-19 e o agravamento da pandemia em todo o Brasil, com prefeitos e governadores determinando medidas cada vez mais rigorosas buscando conter o avanço do coronavírus, empresas dos segmentos mais diversos têm encerrado suas atividades, algumas de forma definitiva e outras mesmo que temporariamente, por não não darem conta mais bancar com os custos. 

E em Divinópolis a situação não é diferente. Nesta semana mais uma comunicou que, mesmo que temporariamente, vai fechar as portas. O gestor da academia de natação Projeto Quero Nadar, Rômulo Duarte, foi um dos entrevistados da semana pelo Agora, e falou das dificuldades que sua empresa vem enfrentando a cada dia e da difícil decisão tomada, mesmo que temporária, de encerrar as atividades do Quero Nadar.

Quero Nadar

Rômulo Duarte deixou claro que a escola de natação vai mesmo encerrar temporariamente suas atividades na cidade, pelo menos durante o inverno, e que só deve retomar a normalidade no segundo semestre. Confira a entrevista abaixo, que também está disponível nas redes sociais do Agora.

Agora: Um segmento que foi pouco falado neste tempo da pandemia, e que também sofre muito com os efeitos da crise, é o de atividades físicas. E o que o Quero Nadar tem feito para passar por este momento?

— Vamos falar do nosso segmento, as atividades aquáticas. Primeiramente, temos que ser solidários a tudo que tem acontecido, as mortes principalmente, nós somos a favor da ciência, em defesa da vida, solidários a tudo que seja embasado cientificamente. Mas também entendemos que os reflexos disso têm nos acometido de forma severa. Nestes seis meses de pandemia, seis meses e dois dias para sermos mais precisos, nós estamos há sete meses e dois dias fechados, neste abre e fecha. Lógico que isto tira um pouco a nossa capacidade de oxigênio. Os empreendedores das escolas de natação da cidade já se encontram sem fôlego, mesmo sabendo que algumas medidas precisam ser tomadas — destacou Rômulo Duarte.

Agora: Qual o impacto da pandemia, para o pagamento das contas? Foram sete meses parado, como você negociou com os funcionários, para não ter que fechar o Quero Nadar?

— Primeiro, se você me permite, isso tem sido uma discussão nacional. Sabemos que as atividades aquáticas têm risco mínimo de contaminação, muito em função do cloro ativo. Esta discussão tentou ser levada em muitos momentos, mas sem sucesso. Nós nunca quisemos contrariar as medidas restritivas, e nem defender somente a nossa causa. Defendemos que o debate fosse discutido no plano científico mesmo. Que, na hora das flexibilizações, os olhares das comissões, dos comitês de saúde, estivessem mais embasados para apoiar não só os nossos negócios, mas principalmente as pessoas que buscam o esporte como forma de saúde, do corpo e da mente, que também devem ser olhadas com carinho pelos governos. Foi um momento difícil. Não temos um segmento com respaldo jurídico, no sentido de obrigatoriedade das mensalidades, e com o tempo parado as receitas diminuíram e tivemos que arcar com o ônus, com todos os custos. Durante um bom tempo, desde o início da pandemia, ficamos com as receitas prejudicadas. Voltamos com as atividades em setembro, e por um breve tempo houve uma melhora significativa, com os alunos voltando às aulas. Mesmo com as atividades restringidas, as pessoas procuravam as aulas para buscar mais saúde, e teve ainda uma crescente busca para as atividades aquáticas infantis, pela segurança na água e pelo fato de as crianças estarem muito inativas em casa. Aí nós temos esta segunda onda neste ano, que vem dificultando, apresentando um fator ainda mais agravante, pois estamos encarando mais um adversário, comum em todos os anos. Próximo agora de ter mais uma flexibilização para a volta das atividades normais teremos que enfrentar mais um adversário, um vilão, que atrapalha muito o nosso trabalho, que é o inverno — frisou Rômulo.

Agora: Baseados neste abre e fecha, vocês, do Quero Nadar, decidiram tomar uma decisão, qual seria a ideia?

- Nós temos um grupo aqui em Divinópolis, com a participação de algumas escolas de natação, da cidade e região. Muitos discutem que estamos todos no mesmo barco, eu particularmente discordo disso. Na mesma tempestade sim, mas barco não, porque cada um tem suas próprias dificuldades, uns mais que os outros, com poderes econômicos, mercado e fraquezas que se diferem uns dos outros. O que nós entendemos e discutimos com a nossa assessoria é de que o momento agora para o gestor é de uma tomada de atitude, tomar uma decisão, e isso requer seriedade, sobriedade e acima de tudo coragem, porque algumas decisões não são fáceis, e às vezes para a gente salvar um todo é preciso agir rapidamente. Esta foi uma decisão que nós tomamos, juntamente com o nosso gestor, que é o Maurício Neto, de interrompermos nossas atividades neste momento que avança para o inverno, e assim termos capacidade, guardar o resto de nosso fôlego, para reabrirmos em agosto, numa perspectiva melhor, num nível de contágio mais baixo. Foi uma decisão acertada, apesar de difícil. Sem sabermos ainda quando a gente volta, mas queremos dar tranquilidade ao nosso cliente, ao nosso colaborador, principalmente àqueles que têm créditos, têm planos, de saber que automaticamente estes planos serão prorrogados para o futuro, para o retorno às aulas e às atividades normais, garantindo que todos seus direitos estarão resguardados. E temos certeza que esta história da Quero Nadar, de 23 anos, com a cidade, uma família que investe em atividades aquáticas todos estes anos, ela vai prosseguir e retornar ainda mais forte muito em breve. E a gente se solidariza com os demais colegas, com cada um sabendo que a decisão a ser tomada nunca será fácil. O mundo inteiro tem destacado a importância das atividades físicas, quer seja aquáticas ou terrestres, mesmo sabendo que elas não podem combater a covid-19. Devemos entender que tudo isso vai passar e nos solidarizar com todas estas famílias que foram acometidas pela covid-19, com todas estas empresas que estão sofrendo com a pandemia, com os critérios muitas vezes não muito claros das autoridades, entendemos que tudo isso vai passar e que cada qual saiba tomar sua decisão, uma atitude, mas sabendo desde já que sairemos todos muito mais fortalecidos de tudo isso — concluiu o gestor.

 

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