Queimadas aumentam em Divinópolis e provocam preocupação

De maio até o início deste mês, foram registradas 191 ocorrências; no ano passado foram 65

 

Rafael Camargos
O tempo seco e a falta de chuvas são dois dos principais fatores que influenciam no aumento do número de queimadas no inverno. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o tempo em Divinópolis continuará seco nos próximos dias. Com isso, a umidade relativa do ar fica abaixo do recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), beirando 15% quando o ideal é de no mínimo 60%.

Além de causar problemas ao meio ambiente, o período crítico afeta a saúde. Segundo o Corpo de Bombeiros, de maio a julho, quando começa o tempo seco, foram registradas 191 queimadas em Divinópolis. O número vale tanto para os casos da área urbana quanto para a rural.

No mês passado foram registrados 120 casos. Já no primeiro semestre de 2016 foram 65 casos.

Alertas

O cabo Guilherme Silva, dos Bombeiros, explica que o período de estiagem que ocorre nesta época do ano contribui para o aumento no número de queimadas. Ainda segundo o militar, grande parte dos registros é em lotes vagos, onde, para acabar com a vegetação em loteamentos, as pessoas colocam fogo, mas acabam perdendo o controle, fazendo com que as chamas se alastrem.

— A primeira coisa é não colocar fogo em lotes vagos e não soltar balões. É importante também tomar cuidado com cigarros em áreas rurais e também com fogueiras em acampamentos. É importante evitar usar o fogo como fonte para queimar terrenos. Caso se depare com queimadas, denuncie no 192 — orientou.

 Alerta

Durante o inverno, são registrados valores baixos de chuva e a atmosfera torna-se mais seca, podendo atingir índices de 20% ou inferiores em alguns dias.

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe),  até o início de julho, foram contabilizados 880 focos de incêndios em Minas Gerais. Mas é a partir do segundo semestre que essa prática aumenta e causa ainda mais prejuízos à população, à fauna e à flora.

 Saúde 

De acordo com a otorrinolaringologista Luciana Nogueira Menezes Nogueira, o maior malefício da baixa umidade do ar é a desidratação das células, principalmente da pele e das mucosas. Narinas e olhos ressecados, cansaço e dor de cabeça são sintomas que podem aparecer quando faltam água e sais minerais no organismo, segundo a profissional.

Com o tempo seco, cresce a prevalência de doenças como rinite e conjuntivite alérgicas, pois os agentes causadores das alergias, como poeira, poluição e pelos de animais, ficam mais tempo suspensos no ar.

— É importante mantermos a umidificação do ambiente durante o dia. À noite não é necessário, porque as temperaturas caem. Para quem não tem umidificador, a toalha molhada ajuda — explicou.

A especialista ainda ressaltou que a hidratação da mucosa com soro fisiológico é fundamental, além de beber muita água.

 

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