Que seja infinito enquanto dure

Israel Leocádio

Olá! Tudo bem? As belas palavras do poeta Vinícius de Morais são bem-vindas à nossa reflexão de hoje. Para iniciar de forma bem nobre, quero citar um trecho do “Soneto da Fidelidade”: 

“Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure”.

Hoje quero falar de amor, mas não em poesia, visto ser arte que não tenho e que necessita de inspiração que não possuo. Mas talvez não seja necessário ser poeta para falar do amor. Porque amor é algo que todo humano pode sentir (exceto os que nasceram sem o coração).

O que tenho visto, que me provoca a falar de tão precioso sentimento, é o notório anúncio da morte do amor, comum nestes últimos dias. A pandemia tem feito suas vítimas. E são milhares (lamento por todas). Nestes casos, o amor nunca é sepultado, mas mantém-se vivo dentro daqueles que guardam suas lembranças.

O que talvez não tenhamos percebido é que o amor vem morrendo entre os vivos! Em muitos lares já é realidade. A convivência mais presente não tem sido como lenha que alimenta a chama do amor. Tem sido mais como água que apaga a chama. O amor tem sido duvidoso em muitos. O amor tem sido frágil demais para se manter. O que é curioso é que a causa da morte do amor de muitos foi, no passado, o objetivo que os uniu: o desejo de estar mais tempo juntos. 

Vinícius de Morais disse: “que seja infinito enquanto dure”. Pergunto: quanto tempo deve durar? 

A Bíblia fala do amor, não como infinito que morre quando as pessoas necessitam passar mais tempo juntas, em razão de um isolamento social. Não tão inconsistente e líquido, que não consiga manter-se por muito tempo. Na concepção bíblica, o amor é mais forte. O amor, apresentado na Bíblia, “é paciente, não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor, tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1 Coríntios 13:4-7). Pensei errado ou o amor deveria suportar mais as turbulências da vida, ser mais resistente aos embates, ser mais duradouro?

Acredito que não pensei errado! Penso que muitos é que não sabem conjugar o verbo amar. Muitos não entenderam que amar é o mais resiliente dos sentimentos. O que há entre nós (humanos) é a alienação quanto ao verdadeiro ato de amar. Amar como Deus, que deu o que tinha de melhor por aqueles que amou. Amar como Jesus, que sofreu a mais dura pena por amor.

É preciso copiar os gestos de amor de Deus. É preciso lutar pelo amor. Antes que a solidão, que é o fim de quem ama (como disse Vinícius de Morais), chegue precocemente. É preciso amar mais! É preciso amar melhor! Que o amor seja infinito... E dure!

 

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