Quase metade dos ‘Mais Médicos’ já deixou a cidade
Da Redação
Em dezembro, Divinópolis recebia 18 novos profissionais do programa “Mais Médicos”. Dois meses depois, ontem, oito deles deixaram o cargo. Com isso, as unidades de saúde carecem de médicos, o que tem ocasionado superlotação da Unidade de Pronto Atendimento Padre Roberto (UPA).
O programa está em funcionamento no município desde março de 2014.
Carência
Assim como chegaram, eles também se foram. Após a dissolução do acordo entre Brasil e Cuba, o Ministério da Saúde abriu um edital para a contratação de mais profissionais, a fim de suprir a carência médica deixada em diversas cidades. Em Divinópolis, 18 vagas foram preenchidas. Problema solucionado? Aparentemente não. A Prefeitura divulgou ontem, 28, o desligamento de oito profissionais do programa.
— Os médicos recém-formados que vieram para Divinópolis, já haviam feito provas para residência, recentemente foram aprovados e optaram, de maneira repentina, pelo desligamento do programa — informou o Executivo.
As vagas abertas têm causado transtornos nos atendimentos na cidade.
— Outros problemas enfrentados pelo município em decorrência deste desligamento de parte de profissionais é a superlotação na Unidade de Pronto Atendimento Padre Roberto (UPA) e a possibilidade de perda de recursos para o município — revela a Prefeitura.
Ao todo, segundo o Executivo, dez unidades de saúde encontram-se com o quadro de funcionários comprometido.
— As unidades de saúde onde há a falta de médicos são Candidés, Ermida II, Campina Verde, Nova Holanda, Niterói, Afonso Pena, Itaí, Centro Social Urbano (CSU), Central e Nações — destaca.
Sem data
Ainda não há previsão para a reposição das vagas desligadas. Após contato com o governo federal, Divinópolis recebeu a informação de que chegariam mais profissionais, porém nenhum prazo foi definido.
— O município está empenhado em resolver esta situação o mais breve possível. Imediatamente entrou em contato com o setor responsável pelo programa no governo federal e solicitou a reposição desses médicos em todas as unidades de saúde. A resposta foi de que serão enviados, porém, sem data prevista — afirmou a Prefeitura.
“Mais Médicos”
Em Divinópolis, em 18 de dezembro, a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) acolheu os 17 novos médicos vindos através do “Mais Médicos”, e ainda aguardava a chegada de mais um. Durante o dia, os profissionais foram apresentados às unidades e ao funcionamento da estrutura burocrática da cidade.
Na época, o secretário de Saúde, Amarildo Sousa, explicou que o programa federal é importante para ajudar os municípios na contratação de médicos.
— O “Mais Médicos” supre essa necessidade e se torna um programa mais atrativo. Para Divinópolis, hoje, significa a possibilidade de completar as equipes de Estratégia Saúde da Família (ESF), sem o problema de processo seletivo, que a gente tentou várias vezes e não conseguiu — informou Amarildo.
O salário oferecido pelo programa foi de R$ 11.800.