Qualificação dos professores e infraestrutura: os pilares para o desenvolvimento da educação

Candidatos apontam indicadores fracos para justificar necessidade de investimento

Matheus Augusto

Com orçamento previsto de mais de R$ 140 milhões para o próximo ano, a Educação é a segunda pasta com mais recursos. O ensino presencial deve voltar gradualmente em 2021, conforme informou a Secretaria de Saúde (Semusa) e, com isso, o órgão precisará se reorganizar para receber os alunos com as medidas de prevenção. Mas esse não será o único desafio da pasta. Para os próximos quatro anos, os candidatos à Prefeitura de Divinópolis prometem investir na qualificação dos professores e em melhorias na infraestrutura das unidades. A intenção também é reconhecer a cidade como polo universitário e criar uma educação de qualidade na educação básica.

Nesta terceira reportagem do Agora, você confere as principais propostas de cada um dos nove candidatos para a área.

Tolentino

Para a chapa composta por Fabiano Tolentino (CDN) e Jaime Martins (DEM), a ideia é estimular o uso de tecnologia e aproximar a sala de aula do mercado de trabalho. 

— Divinópolis possui um potencial educacional acima da média. Poucos são os municípios que têm, assim como nós, duas instituições federais e uma estadual que são referências em ensino. Precisamos aproveitar essas estruturas e criar pontes para levarmos nossas crianças e jovens, desde os primeiros anos escolares, para se integralizarem dentro desses ambientes técnicos e universitários, de maneira que possam visualizar um futuro melhor e terem a certeza que podem, com dedicação e esforço, ocupar aqueles espaços — defendem.

Além disso, o candidato a prefeito reconhece que, com a crise econômica consequente da pandemia covid-19, a expectativa é de mais alunos ingressando a rede municipal. Por isso, eles veem como necessário um esforço maior de planejamento para suportar o possível aumento da demanda.

Tolentino ainda cita em seu plano, problemas orçamentários que precisam ser readequados.

— No ano de 2019, por exemplo, a Prefeitura de Divinópolis planejou um orçamento de R$ 138.931.611,66 para área, no entanto, gastou apenas um montante de R$118.947.978,26. (...) No ano de 2019 foi previsto o valor de apenas R$ 22 mil para a formação de recursos humanos vinculados à Educação. O valor por si só já é baixo, tendo em vista a complexidade e o tamanho da educação municipal e, para agravar ainda mais a situação, apesar do orçamento planejado, nenhum recurso foi gasto na formação de recursos humanos da Educação local — comenta. 

O Índice de Educação Básica (Ideb) também é identificado como problema a ser superado, já que, por exemplo, no 9º ano, 51% dos alunos não têm a leitura e interpretação de texto adequada. Sem um ensino base de qualidade, o acesso às universidades fica comprometido.

— Os dados para matemática são ainda mais preocupantes, no 9º ano 72% dos alunos não têm o desenvolvimento adequado em matemática. Essa falha no nosso sistema de ensino básico leva a um comprometimento danoso no ensino médio, o que dificulta o acesso do aluno a formação técnica e ao nível superior — argumenta.

Ainda sobre o panorama atual, mais problemas são identificados: “(...) no questionário respondido ao Tribunal de Contas no ano de 2018, a prefeitura municipal de Divinópolis alegou não realizar ações e medidas para monitoramento da taxa de abandono das crianças na idade escolar –  anos iniciais (1º ao 5º ano), bem como admitiu não ter aplicado nenhum programa municipal de avaliação de rendimento escolar”. No classificado pela chapa como outro erro de planejamento, “a Prefeitura alegou não ter estudo anual do traçado e tempo de viagem das rotas do transporte escolar”. 

— (...) Divinópolis possui 53 estabelecimentos que ofertam educação municipal. Dessas, apenas cinco possuem laboratório de ciências, apenas 30 têm laboratório de informática, em apenas 23 há sala para atendimento especial. Já em relação a equipamentos, do total de escolas, apenas 16 possuem retroprojetor, e temos, ainda, seis escolas que não possuem máquina copiadora. Por fim, apenas 27 escolas possuíam dependências acessíveis aos portadores de deficiência — citam.

Para eliminar tais dificuldades, a chapa pretende desenvolver o acompanhamento integral das crianças na educação infantil, em especial os beneficiários de programas de transferência de renda, com objetivo de diminuir a evasão escolar; criar um programa de educação em tempo integral, com prioridade aos filhos da população em vulnerabilidade social com proposta de universalização em médio prazo; ampliar e qualificar as políticas públicas de educação voltadas para a primeira instância.

Para os profissionais, a meta é revisar o plano de cargos, carreira e vencimentos da área, "valorizando a formação profissional", desenvolver programas de qualificação dos profissionais e aplicar parcela de remuneração viável para alcance de metas de desenvolvimento educacional local.

Com foco em erradicar o analfabetismo local, a proposta é incentivar a Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Em infraestrutura, é prevista a cobertura das quadras para que se tornem espaços multiuso.

— Implementar parcerias para melhoria da infraestrutura básica das escolas municipais, com foco na acessibilidade, reformas, construção de laboratórios de ciências e de informática, acesso à internet e salas de acompanhamento especial — acrescenta.

O plano de governo do candidato pelo Cidadania ainda cita: estruturação, implantação e gestão de projetos de esporte e cultura integrados ao sistema municipal de Educação; promover processos de educação ambiental que contribuam na construção de sociedades sustentáveis; fortalecer o Sistema Municipal de Ensino, bem como definir e socializar as políticas públicas para o período 2021 a 2024; e garantir o tempo de formação dos professores (carga horária para planejamento).

A chapa ainda espera aprimorar o processo de seleção dos diretores escolares, buscar parcerias com as demais secretarias para uma rede integrada de promoção da cidadania, como foco em saúde, assistência social e segurança, implementar o Plano Decenal da Educação e o Plano de Ações Articuladas (PAR), em parceria com o governo federal.

Galileu

Em seu plano de governo simplificado, o atual prefeito Galileu Machado (MDB) promete "educação de qualidade em tempo integral em algumas unidades escolares e construção de unidades escolares onde houver demanda de alunos". Nos demais onze tópicos, o tema não volta a ser citado.

Gleidson

Logo na abertura do tema educação, Gleidson Azevedo (PSC) cita a expansão do ensino superior na cidade, “realidade que demanda a adoção de estratégias capazes de garantir aos alunos o acesso a postos de trabalho e condições de aplicarem o conhecimento na cidade”. Esse trabalho, caso seja eleito, será feito por meio de “projetos de extensão, aumentando as parcerias e valorizando o corpo docente e discente universitário, sendo necessário abrir um diálogo e valorizar os estagiários”.

O plano também prevê a implantação de programas de capacitação e formação empreendedora com o intuito de criar um ambiente de empregabilidade e oportunidades para os estudantes. Além disso, a chapa buscará uma “educação infantil de excelência”.

— Para isso, vamos expandir a educação infantil voltando a atender, imediatamente, crianças na faixa etária de dois anos. Ainda, é primordial o cumprimento do plano decenal de educação e a ampliação dos CMEIs — explicou.

Gleidson cita como prioridade a manutenção e reformas dos prédios escolares com, inclusive, parceria com o setor privado. Outra meta é otimizar o transporte escolar – tema criticado por Janete em seu mandato – e melhorar a alimentação dos alunos de comunidades mais vulneráveis. O candidato ainda afirma que vê como primordial implantar um trabalho em rede com o esporte, cultura, saúde e segurança, construir uma educação inclusiva e acessível e melhorar as condições de trabalho dos servidores e os índices educacionais.

A chapa se compromete a fomentar o uso da tecnologia digital para a promoção do ensino público, “instituindo cursos para os alunos que vão prestar provas para o Cefet e, principalmente, o Enem, em parceria com outras instituições e profissionais da educação”.

— O poder público municipal precisa reconhecer as escolas, profissionais da educação e alunos e pais que se destacam em projetos educacionais, esportivos e culturais em nível municipal, estadual, nacional e internacional, fazendo com que toda a rede de educação seja valorizada e que toda a sociedade tenha conhecimento das riquezas acadêmicas, científicas, empreendedoras, esportivas e artísticas que Divinópolis possui — argumenta.

Valorizar e fomentar a alfabetização dos adultos, ampliar a escola em tempo integral e trabalhar o novo plano decenal da educação – que vencerá no fim do próximo mandato –, abrindo discussões para a sociedade e instituições para que tenham uma participação efetiva na educação municipal encerram as propostas para área. 

Iris

A empresária Iris Moreira (PSD) prevê, em seu plano de governo, o programa Criança da Escola (CDE) para “construir transitoriamente unidades escolares de tempo integral às crianças”. “Utilizando para isto, os próprios ativos municipais disponíveis para a execução de unidades de escolas modelo e desativação gradativa das estruturas escolares ‘pavilhões’”, esclarece a candidata.

Iris ainda se compromete a desenvolver  “Educação para o Trabalho”, ou seja, criar uma grade municipal de educação extracurricular para estimular as crianças a pensarem cívica e autonomamente. Outro ponto da candidata para a área é a implantação do Polo Municipal de Educação Superior EAD. 

— Fundamental para permitir o acesso gratuito e universal à universidade federal gratuita e de qualidade àqueles que não possuem condições de fomentar estudo superior privado ou em outras cidades — explica.

Por fim, a intenção da chapa é relançar a Olimpíada Estudantil, “que já foi o maior evento esportivo de Divinópolis”.

Laiz

Presidente local do Solidariedade, Laiz Soares, antes de apresentar suas propostas, descreve o seu diagnóstico dos principais vazios assistenciais da área. Segundo ela, a “ausência de creches e um bom planejamento educacional faz com que crianças e famílias de Divinópolis não tenham um espaço de cuidado, fato que será refletido no futuro”. 

— Hoje, Divinópolis apresenta 23 escolas públicas exclusivas para o ensino infantil, com uma proporção muito pequena de atendimento em tempo integral, representando apenas 6% das matrículas nessas instituições — relata.

A candidata ainda apresenta outros dados: quase 30% dos alunos estão com mais de dois anos de atraso escolar e o desempenho dos alunos no Ideb nos 4º e 5º anos do ensino fundamental é, desde 2007, valor acima da meta.

— Porém, em 2019, a meta estabelecida foi de 6,6 e a nota alcançada foi 6,4. A meta também não foi atingida para os alunos dos 8º e 9º anos do ensino fundamental, pois a nota obtida foi 4,8 frente a 5,5 estabelecida por meta. Além disso, de acordo com dados do Inep, a reprovação está na casa dos 11%, ao passo em que a distorção idade-série representa 27,5% — comenta.

A conclusão é uma série de problemas já nos anos iniciais: acessibilidade nas escolas municipais, “que carecem de infraestrutura adequada para alunos com necessidades especiais, bem como de profissionais capacitados para garantir a correta inclusão destes alunos no modelo público de ensino”. Além disso, a candidata aponta para a ausência de alunos na escola por “falta de recursos para o transporte”, a “ausência de incentivo aos professores” e a escassez de ferramentas para a comunidade escolar acompanhar a trajetória escolar do aluno.

AInda prevendo que a próxima gestão precisará lidar com os impactos do coronavírus, Laiz vê como necessário observar as melhores práticas disponíveis para reduzir os prejuízos na educação municipal e o agravamento das desigualdades. 

Laiz espera também investir no reconhecimento do papel social da escola.

— Precisamos igualar as oportunidades educacionais no município, para que todos tenham o mesmo nível de formação durante seus anos de formação. Para que isso seja possível, é preciso investir em uma educação inclusiva e acessível para todos, que seja atrativa e previna a evasão escolar. (...) eixos como gestão democrática e princípios de convivência devem ser considerados, desenvolvendo, assim, uma educação cidadã — promete.

Dentre as metas, Laiz cita universalização do acesso a questões básicas nas unidades municipais de ensino, professores com qualificação adequada, em qualquer nível de ensino, garantir uma educação para o desenvolvimento sustentável integrando o currículo escolar, a formação dos professores e a avaliação dos estudantes. A ideia é também atingir nota 7,0 no desempenho do Ideb para alunos dos 4º e 5º  anos do ensino fundamental e zerar a evasão escolar no ensino fundamental.

A solução dos problemas levou a candidata a elaborar quatro programas. O "Primeiro passos: ensino fundamental e infantil" será responsável por preparar os professores e elaborar, juntamente com os pais, uma proposta de aprendizagem na primeira infância, bem como investir em creches, especialmente para as localidades mais afastadas da região central, em tempo integral, garantir acessibilidade das pessoas com deficiências às escolas e reduzir a espera de matrícula nos espaços de desenvolvimento infantil.

"Docentes em rede" servirá como pilar para revisar e qualificar os métodos de ensino e aprendizagem previstos nos planos de educação, implementar o modelo de formação continuada para professores, garantir um ambiente e remuneração adequada aos servidores, implementar o plano de desenvolvimento para diretores e contratar equipe multidisciplinar para lidar com as necessidades de forma orgânica e inclusiva.

Em "Aprendendo a aprender", a ideia é promover aulas de reforço no contraturno em parceria com jovens universitários, implementar Olimpíadas de Português e Matemática para os alunos dos ensino fundamental, garantir transporte público acessível, pontual e de qualidade para a zona urbana e rural. O programa ainda prevê a elaboração, em parceria com o setor econômico, o projeto "Adote uma escola", como forma de colaborar com a manutenção das unidades e criar o projeto "Um dia com o professor", para que a comunidade escolar tenha acesso à cidade por meio de rodas de conversas e interações com universitários, empresários e demais interessados.

Por fim, por meio do programa "Uma nova educação", Laiz propõe: programa de retorno das aulas, valorizar disciplinas que incentivam a criatividade e a curiosidade, como música, culinária, artesanato, dança, teatro etc., incluir conteúdos transversais ‒ educação nutricional, ambiental, direitos humanos, trânsito, direito constitucional e tributário, finanças pessoais ‒ e oferecer acompanhamento psicológico, individual e coletivo para melhorar as relações escolares e familiares. O plano também cita a criação de cursos de programação e robótica para crianças, incorporação de inovações tecnológicas na educação, incentivo a feiras de ciências e empreendedorismo e promoção de torneios, campeonatos e gincanas para os alunos, como estímulo à qualidade de vida e novas formas de aprendizagem.

Marquinho Clementino

Sobre o cenário educacional atual, Marquinho Clementino (Republicanos) cita muitos avanços nos últimos anos, como “a universalização do ensino fundamental e o aumento da frequência dos jovens ao ensino médio, além de uma expressiva expansão da educação infantil”. 

— Em relação ao ensino superior, Divinópolis tornou-se referência na região, com a presença de instituições públicas e privadas que oferecem cursos de graduação e pós-graduação — cita.

Apesar dos destaques positivos, Marquinho ainda cita os problemas a serem enfrentados.

— (...) o município precisa ainda erradicar o analfabetismo, avançar na oferta da educação infantil, especialmente oferecendo o atendimento de zero a três anos, em unidades com infraestrutura adequada e também ampliar o atendimento na educação profissional — ressalta.

O candidato identifica como obstáculo a baixa exposição das universidades.

— No ensino superior, os cursos oferecidos são pouco divulgados entre a própria população, em especial aos jovens concluintes do ensino fundamental da escola pública, que encerram esta etapa com poucas expectativas e com ausência de horizontes de mudança social, e que assim sendo precisam ser incentivados, desde já, a descobrirem suas vocações e sonhos, para fazerem suas futuras escolhas de vida — comenta.

A solução, segundo seu plano de governo, passa por “proporcionar educação com qualidade para todas as crianças e cidadãos de nossa cidade, erradicar o analfabetismo, promover o desenvolvimento das competências gerais estabelecidas na Base Nacional Comum Curricular, ampliar o nível de escolaridade da população e propiciar qualificação para o trabalho e geração de renda”.

Como propostas, ele sugere o fortalecimento da sociedade civil na definição e fiscalização das políticas educacionais por meio do Conselho Municipal e ampliar a participação da comunidade escolar nas decisões referentes às suas unidades. como projetos e planos político-pedagógicos.

Outra meta é melhorar o Ideb de todas as escolas. 

Qualificar professores sem prejuízo à carga horária ou salário, aumentar gradativamente o tempo de planejamento dos profissionais, manter o Supervisor Orientador de Ensino (SOE) em todos os turnos das escolas de ensino fundamental e aumentar gradativamente para os CMEIs também estão nas propostas.

Em termos de infraestrutura, as promessas são de melhorias nos prédios escolares, com a cobertura das quadras escolares, recuperação dos laboratórios de informática e das bibliotecas. A ideia é qualificar o uso de tais áreas, com projetos de capacitação para uso dos recursos tecnológicos e atividades de incentivo à leitura e orientação à pesquisa.

— Melhorar a qualidade e trabalhar pela ampliação do atendimento da educação infantil, especialmente para as crianças de zero a três anos de idade; aumentar o número de assistentes educacionais nas unidades de ensino municipais, de forma a atender a demanda presente na rede para a inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais — acrescenta.

Marquinho estabelece como meta a formação continuada adequada dos profissionais da educação especial, ações em parceria com a saúde para atendimento especializados de aluno ‒ fonoaudiologia, fisioterapia etc. ‒ e parcerias com universidades para cursos de especialização em educação especial, com foco na inclusão, para os profissionais da rede municipal.

Ampliar o acesso à EJA,  elaborar projetos para a área de informática, leitura, música, cursos profissionalizantes e implantar tempo integral nas escolas municipais também estão contemplados no plano. Segundo Clementino, com mais tempo na escola, ampliam-se as "oportunidades educativas", com a oferta de atividades artísticas-culturais, esportivas, uso de mídias digitais e o próprio acompanhamento pedagógico.

Em parceria com as secretaria de Cultura, Esporte e Assistência Social, Clementino propõe uma ação conjunta para enfrentamento dos "desafios relacionados à superação da vulnerabilidade social das famílias e na oferta de educação em tempo integral".

Ao menos dois programas já estão definidos: Reforço Escolar e Alimentação Escolar. A ideia é, no primeiro, reduzir a retenção escolar com o apoio das instituições de ensino superior e, no segundo, atender às necessidades nutricionais dos alunos e incentivar hábitos alimentares saudáveis.

O plano ainda prevê projetos para o campo.

— Buscar parcerias com o Governo Federal e outras instituições para fortalecer e valorizar as escolas rurais e promover uma educação do campo nessas unidades, considerando a diversidade contida nos espaços rurais, contemplando no currículo escolar as características de cada local, bem como os saberes ali presentes — detalha.

Clementino ainda cita objetivos como: reordenar a trajetória escolar do alunos, rever a programação curricular para cumprir as metas de aprendizagem não alcançadas neste ano, preparar o sistema educacional para o possível aumento de matrículas e incentivar o uso de metodologias criativas pelos professores, com trabalhos, por exemplo, focados na educação ambiental.

Por fim, o candidato se compromete a criar o “Pré-Vestibular Municipal”.

— Como uma política de inclusão social para alunos que concluíram o ensino médio, que sejam oriundos de escola pública e prioritariamente, pertencentes a famílias do CadÚnico — finaliza.

Professora Maria Helena 

Em seu plano de governo, Professora Maria Helena (PT) afirma que pretende investir, entre outros setores, no “legado histórico” de Divinópolis. 

— (...) devemos persistir e insistir para que todos os educandos divinopolitanos tenham sempre a discussão do patrimônio histórico local e regional, de forma democrática e por uma perspectiva social, fazendo com que o ser humano cidadão comum seja apropriadamente incorporado aos nossos “Patrimônios Culturais Materiais  e Imateriais” como sujeitos de ação construtiva e como pessoas atingidas por esses patrimônios — informa.

A candidata ainda destaca a importância de não apenas elaborar o Plano Municipal de Educação (PME), por meio da conferência local, para guiar as ações da área, mas também de estabelecer período revisionais para avaliação das diretrizes e suas eficácias. Outra medida é a alocação de profissionais psicopedagogos em todas as unidades de ensino com a finalidade de orientação, para que cada aluno nessas situações se coloque em condições plenas de aprendizado. 

A chapa também se compromete a ofertar cursos para a qualificação contínua dos professores, aprimorar o planejamento da educação infantil com as sugestões dos pais, desenvolver um plano de ensino de base para uma educação cidadã, criação de uma plataforma digital para atividades complementares como forma de apoio ao aprendizado. 

O plano de governo ainda cita como metas: ampliar o diálogo com os pais sobre o desempenho dos filhos, introduzir uma disciplina para conhecimento e estudos do meio ambiente e programáticos que tratam de cultura, sociologia, filosofia, economia, finanças, recursos naturais, energia, hidrologia, fenômenos naturais, patrimônios históricos etc. Além disso, é previsto um calendário de de participação dos estudantes em olimpíadas do conhecimento. 

Ainda neste contexto, Maria Helena pretende criar uma agenda de feira de ciências e tecnologia, para “apresentação de estudos, trabalhos, equipamentos etc., desenvolvidos pelos estudantes.

Em termos de ensino superior, a proposta é incentivar as diversas faculdades e universidades existentes na cidade a desenvolverem “produção histórica, sociológica, científica e tecnológica, aplicáveis ao município, sob demanda ou de forma espontânea”, conclui o plano. 

Sargento Elton

No governo de Sargento Elton (Patriota), a Educação será agrupada em uma mesma secretaria com Cultura e Esporte. O objetivo que tinha quando ainda era vereador permanece: viabilizar a escola cívico militar em Divinópolis ‒ além de ampliar o Cefet. A proposta, porém, não é única. Eleito, promete revisar o Plano Municipal de Educação, fortalecer os programas do governo federal de maneira que dialoguem com os projetos e as propostas pedagógicas da Educação do Município e potencializar a importância do papel da escola nas campanhas educativas sobre temas tais como saúde, meio ambiente, diversidade cultural e social.

O candidato ainda pretende “desenvolver campanhas educativas de acessibilidade e direitos das pessoas com deficiências” e melhorar a estrutura física e os equipamentos das escolas e creches. Transporte digno e eficiente, valorização dos profissionais da educação com a revisão do plano de cargos e carreira também está na lista de objetivos.

Para melhorar os indicadores da cidade no Ideb, o trabalho será focado em desenvolver e efetivar uma política de educação de jovens e adultos que aumente significamente a taxa de alfabetização. O processo também passará por fortalecer e regulamentar as escolas infantis, melhorar a merenda escolar, investir na formação permanente dos professores, valorizar os servidores, “respeitando seus direitos e a liberdade de opinião”.

O compromisso ainda é implantar a Escola Agrícola na cidade, bem como incluir uma disciplina de empreendedorismo para jovens no currículo escolar e retomar o projeto Escola Nutritiva, com apoio do Conselho de Segurança Alimentar. 

Will

O candidato do Progressistas, Will Bueno, aborda o tema em "Educação para uma cidade do futuro". Uma das propostas é fortalecer os conteúdos e espaços de aprendizagem em leitura, matemática e ciências, visando possibilitar uma base sólida desde os primeiros anos do ensino.

Para ampliar o impacto das unidades, o candidato propõe implementar o programa “Escola Integrada”. A intenção é abrir os espaços da escola para “eventos e demandas da comunidade, fazendo com que a escola faça parte da vida social da população” ‒ mesmo nos fins de semana.

Em termos tecnológicos, Will promete fortalecer o Diário de Classe Digital e o monitoramento educacional. De acordo com o candidato, com esse avanço, a Secretaria de Educação poderá acompanhar com maior precisão dados com a evasão escolar, os índices de abstenção dos alunos e outros. Ainda neste sentido, a ideia é “melhorar a rede de internet e a infraestrutura tecnológica nas escolas, visando uma educação mais conectada”.

Para as creches, ele destaca duas propostas: ampliar o número de unidades e, consequentemente, aumentar o número de vagas; e diminuir a idade mínima para entrada, “permitindo que os pais possam trabalhar e levar sustento para suas famílias”. No primeiro caso, acrescenta no plano de governo, é sugerido a criação de uma central de administração de vagas “para melhor gerenciamento da oferta e demanda em cada unidade”.

O candidato pelo Progressistas cita também a meta de aprimorar a infraestrutura das escolas, tanto interna quanto externa, ao redor das unidades, “tornando a região da escola em uma referência urbanística agradável para o convívio da comunidade”.  Além disso, ele pretende integrar as escolas públicas e privadas, “a fim de facilitar a interação entre alunos e famílias e fortalecendo o senso de comunidade na cidade” e melhorar a rede de internet e a infraestrutura tecnológica nas escolas municipais, “visando uma educação mais conectada”.

A gestão de Will na Educação também prevê a implantação de ao menos dois projetos: o Programa de Apoio e Assistência Social às famílias mais vulneráveis para incentivar a matrícula e manutenção das crianças na escola e o Programa de Educação Empreendedora, criando oportunidades de capacitação dos jovens e crianças em desenvolvimento/programação, games, design, marketing digital e finanças pessoais. 

—  Desenvolver projetos socioculturais artísticos e esportivos para os alunos, descobrindo e desenvolvendo o talento divinopolitano desde a juventude — finaliza.

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