Qual o tamanho do ‘desastre’?

Batendo Bola 

 

José Carlos de Oliveira 

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Não tem volta, vão se passar anos e mesmo décadas, e o torcedor alvinegro nunca mais irá se esquecer do vexame atleticano da última quarta-feira.  

Não dá nem para medir em palavras a dimensão do desastre que foi a eliminação do Atlético na Copa Libertadores deste ano, perdendo a vaga para o modesto time do Jorge Wilstermann, da Bolívia. 

Nem em seus piores pesadelos, o torcedor alvinegro poderia imaginar tragédia de tal dimensão, porque esta é a realidade: a eliminação na Libertadores foi uma tragédia de proporção inimaginável. 

Assumir a culpa 

Agora, cabe a todo o grupo – a começar pela diretoria, passando pela comissão técnica e pelos jogadores -, assumir suas responsabilidades, ver onde cada um errou e tratar de não repetir os mesmos erros. O que não dá para ficar é do jeito que está, com cada um buscando transferir a responsabilidade para o outro. Todos erraram e têm que assumir seus erros. 

Juntar os cacos 

E tem mais: a temporada ainda não acabou, falta ainda um turno inteiro de Campeonato Brasileiro, e a ordem agora tem que ser para juntar os cacos e evitar, a todo e qualquer custo, que algo pior venha a acontecer. O que não pode é ficar como está... sob pena de o choro ser ainda maior lá na frente.  

Os pecados do Micale 

Mas, uma coisa tem que ficar bem clara hoje. A verdade é que o time já vinha jogando mal desde os tempos de Roger Machado, mas não dá para tirar também a culpa de Rogério Micale, pelo desastre da última quarta-feira. E a verdade foi que ele cometeu uma burrada atrás da outra. 

A começar pela escalação do time. Onde já se viu escalar três volantes para enfrentar um time que, todos sabiam, viria fechadinho na defesa? E nas substituições, então? A emenda ficou pior que o soneto. Com o time jogando só na base de bolas alçadas na área, para ver se arranjava pelo menos um golzinho, ele ainda assim deixou no banco o Rafael Moura.  

É meus amigos, a conclusão que se chega é: ou ele queria era ser eliminado ou de futebol não entende mesmo “bulufas”... Que cada um faça sua escolha...   

 MANGUEIRAS BRASIL 

20 anos do bi da Libertadores 

 Amanhã faz exatos 20 anos que o Cruzeiro conquistou a sua segunda Copa Libertadores, numa final contra o time peruano do Sporting Cristal. Numa vitória magra por 1 a 0, com gol de Elivélton, a Raposa levantou a taça em pleno Mineirão.  

E olha que a competição daquele ano não começou como a torcida e o time queriam. Pelo contrário, foi um desastre total. Por muito pouco, o time celeste não foi eliminado do torneio ainda na primeira fase. 

A campanha começou da pior maneira possível, com três derrotas seguidas. Aí só um milagre salvaria o Cruzeiro. E foi o que os jogadores foram buscar, com direito até a vitória sobre o Grêmio, por 2 a 1, em pleno Olímpico. 

Sorte e competência. 

O primeiro passo estava dado. Com três derrotas e três vitórias, o Cruzeiro ficou em segundo lugar no grupo, atrás dos gaúchos. A partir daí, o time passou a contar mais uma vez com a competência e a sorte de um grande goleiro, o Dida, que foi o maior responsável por aquele título. 

Nas Oitavas de Finais, a classificação celeste veio nas cobranças de pênaltis, contra o Nacional do Equador. E quem foi o herói? Justamente ele, o Dida. 

Já na fase de Quartas de Finais, o adversário foi novamente o Grêmio. A Raposa passou após vencer por 2 a 0 no Mineirão e perder por 2 a 1 no Olímpico. Naquele ano, gaúchos e mineiros se enfrentaram quatro vezes, com duas vitórias para cada lado. 

Aí vieram as semifinais, e novamente Dida foi o nome do time. Novamente a classificação foi definida nos pênaltis, contra o Colo Colo, do Chile. 

 O título  

 Aí veio a decisão, contra os peruanos do Sporting Cristal. Bem ao estilo de seu treinador da época, Paulo Autuori, o Cruzeiro arrancou um empate sem gols em Lima e trouxe a grande final para o Mineirão, onde sabia que teria a força de sua torcida, a China Azul. Mas não foi moleza. Mesmo empurrado por quase 100 mil torcedores, o Cruzeiro sofreu para chegar à vitória e ao título. O time novamente teve que contar com as grandes defesas de Dida e a sorte de um jogador (Elivélton), que poucos gols fazia, mas que naquela noite fez o gol salvador, o gol do título. 

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