Protocolo de lockdown é elaborado pelo governo de Minas

Medida será implantada em algumas regiões caso persista escalada de casos da doença

Paulo Vitor Souza

O governo mineiro já elabora estudo para embasar decreto de isolamento total (lockdown) em algumas regiões do estado. A escalada no número de casos e de mortes dos últimos dias acendeu o alerta em três regiões de MG.

— Há cerca de dez dias, começamos a criação do protocolo para lockdown, que esperamos não usar. Não é para o Estado todo, mas estamos desenvolvendo, junto com a polícia, a Defesa Civil e os bombeiros, o que deveria acontecer caso houvesse necessidade de restringir as atividades e o nosso ir e vir de forma mais efetiva do que a onda verde do programa Minas Consciente — explicou o diretor de gabinete da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), João Pinho.

A maioria dos municípios de Minas se adequaram ao programa de flexibilização estadual e se encaixam na chamada 'onda verde' citada pelo diretor da SES. A onda verde libera somente a abertura de atividades consideradas essenciais. João Pinho reafirmou que em caso de lockdown, a medida, considerada extrema, seria aplicada a alguns municípios que tenham taxas fora de controle.

—  Não conseguiríamos, se fosse necessário, fazer lockdown no Estado inteiro, até porque cada região tem seu comportamento e sua situação. Já regiões melhores que outras, hoje. O protocolo terá foco no município —  afirmou.

Regiões

Os indicadores para a possível adoção do isolamento total são a taxa de casos e mortes, a incidência de casos por 100 mil habitantes e os níveis de ocupação de leitos hospitalares. A julgar por estes critérios, as regiões que passariam ao fechamento total de atividades seriam o Sudeste do estado, o Vale do Aço e o chamado Triângulo Norte.

No Vale do Aço, por exemplo, até esta sexta-feira, 19, a SES já contabilizava 51 óbitos pela doença e mais de 1.800 casos positivos, elevando a taxa de incidência da região a 218 contaminados em cada 100 mil habitantes. A região também registra a maior taxa de mortalidade, 6 óbitos a cada 100 mil habitantes.

No Triângulo Norte, o sistema de saúde já está saturado. Até ontem os 256 leitos de UTIs e os 754 leitos de enfermaria já estavam ocupados. A região lidera a lista de maior incidência da doença no estado, 234 para cada 100 mil pessoas.

A Região Metropolitana da capital, alocada na região Centro não está entre as regiões de maior incidência do surto, mas detém os maiores números absolutos de mortes e infectados. Até ontem, eram contabilizados 9.102 casos e 187 óbitos na região.

Em toda Minas Gerais, segundo boletim desta sexta-feira, 600 mineiros já haviam falecido pela covid-19.

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