Professores estaduais não recebem e mantêm a greve

Gisele Souto

A paralisação dos professores estava prevista para encerrar ontem. Porém, como Governo do Estado não pagou a primeira parcela à categoria, a greve continua. Houve depósito somente para 47% dos servidores do Estado, porém, até o fechamento desta reportagem, por volta das 16h30, o governo não havia divulgado o grupo que recebeu.

Com isso, a classe continua paralisada até o pagamento da primeira parcela do salário. O governo já havia sido notificado pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (SindUte) de que a paralisação seria até o pagamento da primeira parte. A Secretaria de Estado de Educação (SEE) confirmou que foi notificada.

— Não pagou, não haverá retorno dos profissionais da educação ao trabalho — afirma de forma categórica o sindicato.

Ato público

Servidores fizeram ontem à tarde o ato público "Sem Salário, Sem Trabalho!”. O protesto ocorreu na avenida do Contorno, no bairro Floresta. Conforme a categoria definiu em assembleia e deliberou em seu 11º Congresso do SindUte, os profissionais da educação, a partir do dia 11 de junho, última segunda-feira, fariam paralisação de atividades até que a primeira parcela dos salários seja paga. O problema é que o governo ainda não divulgou data.

A diretora estadual do SindUte, subsede Divinópolis, Marilda Abreu, informou que em Divinópolis e região a situação é a mesma. Além de não voltar ao trabalho enquanto não for paga a primeira parcela, a greve continua.

— Ficou deliberado ainda que, em todo mês, enquanto não for pago a 1ª parcela no 5º dia útil, haverá paralisação e protestos. É um desacato aos trabalhadores da educação o que o governo vem fazendo — argumentou.

A Superintendência Regional de Ensino (SRE) informou que na unidade/Divinópolis são 12 servidores parados. Sobre escolas, ainda não tinha notícias de nenhuma parada até o meio da tarde de ontem, segundo a SRE

Sem dinheiro

As alegações do Estado de não ter conseguido pagar os salários de mais da metade do funcionalismo público é a falta de fluxo de caixa. De acordo com escala divulgada na semana passada, a primeira parcela do pagamento de todos os servidores deveria ser na quarta-feira, 13.

A Secretaria de Estado de Fazenda, por meio de nota, explicou que não conseguiu pagar a primeira parcela dos salários de 53% do funcionalismo público por causa do reflexo da greve dos caminhoneiros.

De acordo com a secretaria, a paralisação gerou uma redução de R$ 340 milhões na arrecadação do Executivo. Ainda de acordo com a Fazenda, os depósitos da primeira parcela continuarão sendo feitos à medida que o fluxo de caixa for se normalizando, mas não sabe deve acontecer.

Ainda segundo a secretaria, o pagamento das outras parcelas dos salários está previsto para os dias 25 e 29 de junho.

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