Prioridades

Prioridades

Existe um velho ditado que diz assim “cão que ladra não morde”. E, talvez, esse dito popular se encaixe perfeitamente na política divinopolitana. Lamentavelmente, a população não acompanha a atuação dos eleitos para o Legislativo e Executivo, e, com isso, alguns agem sem qualquer responsabilidade que o cargo lhes impõe. Esse comportamento, de ambas as partes, só traz prejuízos para a cidade e para o coletivo. Nós já falamos sobre este assunto diversas outras vezes, mas é impossível não notar que a cada dia a busca por curtidas, compartilhamentos segue desenfreada, enquanto Divinópolis definha com o tempo e com os milhares de vídeos postados nas redes sociais. 

Para provar que aqui “cão que ladra não morde”, podemos usar o exemplo do Centro Industrial. O local, criado para abrigar grandes indústrias, existe em Divinópolis há cerca de 40 anos e já foi motivo de muita esperança para os divinopolitanos. Mas sucessivos erros de gestões anteriores impedem que ele seja ampliado e receba novas empresas. Um dos motivos são os loteamentos no entorno do Centro Industrial, que impedem a expansão. Caso o povo de Divinópolis acompanhasse as reuniões ordinárias, já teria notado que o zoneamento da cidade é um grande problema a ser resolvido. Talvez, percebendo a dificuldade de Divinópolis atrair novas empresas, o ex-prefeito de Divinópolis Vladimir Azevedo (PSDB) tentou diversas formas de ampliar o Centro Industrial e depois a criação da Cidade Tecnológica. 

Em 2016, quando sofreu o impeachment, a ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff (PT) disse uma frase que sem sombra de dúvidas ecoará pela eternidade: “A história será implacável com aqueles que se julgam hoje vencedores”. Sim, a história é implacável. Em 2016, pouco antes de deixar o Executivo Municipal, Vladimir cobrava do Governo do Estado uma contribuição para definir a destinação de 1 milhão de metros quadrados ‒ ao lado do Centro Industrial, para instalação de indústrias. 

Em 2013, o ex-prefeito assinou o Projeto de Lei que criava a Cidade Tecnológica do Centro-Oeste de Minas, que tinha as áreas econômica, social e ambiental como tripé de sustentabilidade, e demandaria investimentos em torno de R$ 500 milhões, com previsão de geração de mais de cinco mil empregos diretos para os próximos anos. Além disso, a Cidade Tecnológica atrairia cerca de R$ 5 bilhões a R$ 10 bilhões em aportes de indústrias e empresas de base tecnológica que se instalarem no complexo.

Hoje, alguns anos depois, com essas demandas simplesmente paradas no tempo, perguntamos: cadê os vereadores que gritam na internet e se tornaram fiscais de mato e buraco? Parece que as prioridades mudaram. O mais importante é gravar vídeo mostrando o carro adquirido para andar nos bairros. O desenvolvimento econômico de Divinópolis que espere, que aguarde os fiscais de buraco e mato alto mudarem suas prioridades. A população que aguarde e continue carregando a cidade nas costas. Mas, é como dizem por aí, “o povo tem o político que merece”, e, se Divinópolis tem esses representantes, talvez esse seja apenas o seu reflexo.

 

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