Primeiras medidas de governador dividem opiniões

Maria Tereza Oliveira

Dez dias no poder e o governador Romeu Zema (Novo) já tem dores de cabeça devido à cobranças da população. Decisões do governador dividiram opiniões dos mineiros. Tudo começou quando ele travou recursos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviço (ICMS) E divulgou a escala de pagamento dos servidores estaduais. Para piorar, Zema também vetou algumas proposições, alegando que o motivo seria a crise econômica.

Com uma dívida de aproximadamente R$ 12,3 bilhões com os municípios mineiros, sendo R$ 102 milhões só para Divinópolis, o Estado tem passado por situação financeira delicada.

Antes mesmo de vencer as eleições, Zema já afirmava ter consciência do abacaxi que tinha nas mãos. Enquanto o governador quebra cabeça tentando solucionar a situação financeira, a população se envolve em debates acalorados entre defensores e críticos das medidas adotadas por ele.

Povo fala

O Agora ouviu alguns cidadãos que opinaram sobre a situação do Estado e o papel do novo governante nos primeiros dias de governo.

Larissa Santos Souza, 35, defende o atual governo e critica a gestão anterior, de Fernando Pimentel (PT).

— As pessoas torcem contra, mas não percebem que Zema vai ter de colocar a casa, que o PT destruiu, em ordem. Muitas pessoas criticam, mas onde estão as sugestões de mudança? — pergunta.

Para ela, é preciso que se faça mudanças e corte alguns gastos.

— O povo ficou acostumado a ser bancado pelo governo. Ficaram escorados em projetos sociais, enchendo o mundo de filho para não trabalhar e ganhar “Bolsa Família”. Em outros países a disputa é justa porque existe meritocracia, enquanto aqui, o melhor é ultrapassado por cotas. Zema vai acabar com essas injustiças e Minas vai voltar a crescer — torceu.

Joice Chagas, 23, embora ache que cedo para fazer críticas mais intensas, já está decepcionada com algumas medidas adotadas.

— Vendeu-se uma proposta de partido “novo”, de renovação, “chega da política velha”. Mas, o que de fato tem de inovador? Dentre a equipe, alguns nomes se repetem e não vejo novidades em suas ações. É claro, é muito cedo para julgar, dizer que piorou ou que não irá melhorar, mas, o apresentado, desde a transição, foi mais do mesmo — criticou.

Eric Henrique Cardoso, 19, criticou quem está reclamando do novo governo.

— Acredito que seja um pouco cedo para eu opinar sobre o Governo Zema, pois tomou posse recentemente. Tem de esperar ele trabalhar — censurou.

Todavia, ele critica algumas propostas de campanha do governador.

— Fico com certo medo das privatizações. Tenho medo de ele fazer isso na área da saúde ou da educação. Como alguém de baixa renda poderá ingressar numa universidade? Ou fazer a utilização de hospitais em caso de emergências? — questionou.

Vetos

No último sábado, 5, foram publicados no Diário Oficial oito vetos à proposições de leis aprovadas no ano passado pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Romeu Zema justificou que três destes vetos foram feitos, para evitar impactos nas finanças estaduais. Os outros vetos eram de proposições voltadas para a área da saúde, meio ambiente, agricultura familiar, além de doação de imóvel.

Salários

No início da semana, o Governo Zema divulgou a escala de pagamento dos salários referentes ao mês de dezembro dos servidores estaduais. O número de parcelas em que os funcionários receberão, dividiram opiniões.

De acordo com o comunicado, na próxima segunda, 14, serão pagos até R$ 2 mil para todo o funcionalismo, incluindo aposentados e pensionistas.

No dia 21, será acertada mais uma parcela com limite de até R$ 1 mil para as carreiras da Saúde e Segurança Pública, no caso de quem tenha salários superiores a R$ 2 mil. No dia 28 de janeiro, o Governo de Minas promete quitar o restante dos ordenados dos servidores do Estado.

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