Prefeitura esclarece dificuldades de cadastro para vacinação

Site ficou fora do ar durante a abertura para inscrições

Matheus Augusto

Antes mesmo do cadastro para profissionais de saúde ser aberto nesta quinta-feira, 18, o sistema já estava fora do ar. Nas redes sociais, quem tentava agendar sua imunização se frustrou e reclamou da dificuldade. Mais tarde, a Prefeitura explicou ter sofrido um ataque cibernético que, no fim da noite, foi parcialmente solucionado. Representantes do Executivo concederam coletiva nesta sexta-feira para detalhar o assunto e garantir a seguridade do processo.

As primeiras críticas surgiram após a decisão de alterar o início da imunização de profissionais de saúde fora da linha de frente da covid-19 de quinta para sábado. Em vez do grupo procurar sua unidade de saúde, foi definido que seria criada uma fila on-line para agendar a vacinação na modalidade drive-thru. O secretário de Saúde (Semusa), Alan Rodrigo da Silva, justificou a mudança alegando a necessidade de garantir a segurança dos servidores. Segundo ele, há registros, em outros municípios, de ocorrências policiais e ameaça a integridade física de quem aplica.

— Porque aquele grupo que ficasse sem vacina poderia acabar se exaltando — explicou. 

Presente na coletiva, a vice-prefeita, Janete Aparecida (PSC), disse ter solicitado a alteração para garantir um processo mais eficiente e seguro, inclusive evitando aglomerações nas unidades de saúde. Ela disse reconhecer o erro e pediu desculpa pelo inconveniente.

— Quando chegou ao meu conhecimento essa situação eu pedi para mudarmos a logística utilizando da tecnologia para fazer o cadastro — citou.

Segundo Alan, atualmente, os servidores já são ‘assediados’ durante determinadas vacinação por pessoas que buscam furar a fila.

Definição dos grupos

A vice-prefeita destacou também que o Município não é responsável por definir quem será ou não vacinado e a ordem de prioridades. “O Plano Nacional de Imunização (PNI) define quem serão vacinados, através do Ministério da Saúde”, explicou.

— Não somos nós, em Divinópolis, que determinamos qual o grupo que será vacinado — detalhou.

Ataque

Sobre a indisponibilidade do site ontem, o diretor de Infraestrutura e Tecnologia da Informação, Roberto César Batista de Freitas, explicou a situação e garantiu a segurança dos dados.

— Foi um ataque, não uma invasão. Nenhum dado foi corrompido — citou.

Roberto explicou que o ocorrido foi uma “negação de serviço”, ou seja, o sistema fica indisponível ou lento. Ainda segundo ele, o mesmo já foi reestabelecido e conta com mais de 4 mil cadastros.

A Polícia Civil Cibernética foi acionada para investigar e identificar os responsáveis. 

Processo

Nesta nova fase, apenas trabalhadores da saúde, “fichados, não basta ter formação, mas comprovar trabalho”, serão imunizados. Os representantes garantiram um processo rígido e transparente para evitar fraudes. O secretário de Saúde explicou que quem não comparecer na data e hora agendados terá que fazer um novo cadastro.

Quem for imunizado terá que, no primeiro momento, passar por uma triagem primária, “onde serão cobrados entre eles documentos que comprovam a vinculação com a saúde”. 

O processo também é planejado para evitar a vacinação sem o conteúdo do frasco, como ocorrências registradas em outras cidades.

— Criamos um protocolo de vacinação em que o frasco é aberto na frente da pessoa, aspirado na frente da pessoa e aplicado — detalhou Alan Rodrigo.

“A gente não quer que tenha nenhum risco de ter vacinas onde pessoas fingiam que aplicavam vacina, falsificavam documentos”, justificou Janete.

Ritmo

Criticado nas redes sociais pela lentidão na aplicação das doses, o secretário explicou:

— É para que não haja nenhuma maneira de burlar. Isso demora um pouco, tempo — destacou.

No sábado e na segunda-feira, 450 doses serão disponibilizadas por dia; na terça, 400. O secretário calcula 3.5 minutos por aplicação. Os três dias de vacinação contarão com o apoio da Polícia Militar, Settrans e Semsur.

— A vacinação poderia ser mais rápida, mas não seria possível conferir as informações dos vacinados — defendeu.

Transparência

Sobre as críticas de vereadores diante da falta de transparência, o líder da pasta respondeu que a possibilidade de divulgar os nomes dos vacinados, ou mesmo as iniciais, foi discutida. Porém, a exposição poderia gerar ações e processos contra o Executivo. Apesar disso, ele reforçou ter enviado ao Ministério Público (MP) todo o material de transparência.

— A gente entende que o processo está transparente, dentro da legalidade — explicou, citando que o órgão não se manifestou ou fez qualquer provocação.




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