Prefeitura diz que Estado deve R$ 1,2 milhões para UPA

Superintendência Regional diz que governo tem se esforçado para manter pagamentos, mesmo diante da crise

Rafael Camargos

A novela do descaso com a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) é escancarada no dia a dia com dezenas de pacientes amontoados em um local que seria somente para urgência e emergência. Corredores lotados, pessoas em macas esperando por diversos tipos de atendimentos em situações calamitosas. A unidade, que deveria oferecer atendimentos rápidos, vem fazendo a função de um hospital – sem estrutura para isso.

Ontem, 50 pacientes aguardavam por transferência para algum hospital da cidade ou região. Outras duas estavam esperando transferência para o Centro de Terapia Intensiva (CTI) do São João de Deus ou outro hospital da região. Cenário que se repete diariamente. Problema que persiste e ainda parece não caminhar para um desfecho.

Porém, não é só na estrutura e na superlotação que o serviço vem pecando. Os salários dos médicos também estão em parte atrasados. A Prefeitura havia dito que o repasse que cabe ao Município estava em dia e a Santa Casa de Formiga, responsável pela gestão da UPA, preferiu não se pronunciar sobre o assunto.

Depois de uma sexta-feira intensa, com a UPA atendendo no limite com 63 pacientes, maior lotação do ano. O assunto “UPA” tem dominado parte dos discursos dos vereadores na Câmara.  Um dos mais incisivos é o presidente da Comissão de Saúde, Renato Ferreira (PSDB), que questiona a situação, já que a UPA deveria atender a cerca de 350 pacientes por dia e já chegou atender quase o dobro.  

Dívida

R$ 44 milhões. Este é o valor que o Estado deve de repasses a Divinópolis para a Saúde. R$ 1,2 milhão deveriam estar empregados na UPA. Mas esse dinheiro ainda não apareceu. São dez parcelas de R$ 125 mil atrasadas, segundo a Prefeitura de Divinópolis.

A Superintendência Regional de Saúde (SRS) confirmou o valor e informou que existem atrasos nos repasses financeiros de programas estaduais. Dentre eles o “Rede resposta”, “Pro-hosp” e “Cofinanciamento da Atenção Primária”.

A superintendência reforçou que o Estado tem se empenhado para manter os investimentos e repasses de recursos às instituições beneficiadas pelos programas, sempre havendo dotação financeira para estabelecer pagamento, mesmo com um cenário de crise fiscal.

Busca por solução

O presidente da Comissão de Saúde já tem conhecimento da atual situação e do que pode ser feito. Ele, que já foi membro voluntário do Conselho de Saúde do São José, se reuniu com a coordenação da UPA para analisar a melhor forma para atuar em favor da unidade de urgência e emergência.   

— A UPA é um pronto atendimento que está atuando como hospital. Irei recorrer ao Estado para que ele também pague a dívida que tem com a cidade — disse.

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