Prefeitura de Divinópolis tenta amenizar estrago gerado por restrição de poliesportivo

Ricardo Welbert

Após o Agora informar ontem que os atletas da Associação Basquete Divinópolis (ABD) foram novamente proibidos pela Prefeitura de usarem o um poliesportivo municipal por não terem os R$ 2,5 mil mensais exigidos como taxa para utilização do espaço público, a reportagem apurou que a Secretaria de Esportes e Juventude fez contato com o vice-presidente da associação sem fins lucrativos, Bruno Barros e Pimenta, para propor uma reunião com o objetivo de encontrarem um consenso. Publicação anterior mostrou a revolta da entidade com a cobrança

— Mesmo de férias, a servidora da pasta que havia conversado comigo me enviou uma mensagem pelo WhatsApp pedindo uma reunião para negociarmos. Ela disse que teve a atenção chamada pelos superiores dela após a divulgação da restrição imposta à ABD poucos dias antes de representarmos Divinópolis nos Jogos do Interior de Minas [Jimi]. Deu para perceber que ela estava bem pressionada. Estamos tentando marcar esse encontro para a próxima segunda-feira, 21 — diz Bruno.

Ao fim da tarde, a Prefeitura divulgou nota à imprensa na qual repete o que havia dito ao Agora: que a cobrança é prevista em lei – garantida em um decreto assinado em janeiro prefeito Galileu Machado (MDB) – e que está “de portas abertas” para negociar com a entidade.

O governo cita outras entidades que, garante, têm tanto valor social quanto a ABD e que aceitaram firmar parceria com o Município para usar os espaços destinados a treinos e competições de vários esportes.

— Após a regulamentação de cessão e utilização dos espaços destinados à prática de esportes no município [...], entidades, associações, escolas e grupos têm seus horários regulares. O Grupo de Educação Ética e Cidadania (Geec), o Centro de Gestão Esportivo (Cegesp) e o Colégio Integral, por exemplo, já assinaram o contrato com o Município para utilização do espaço — diz a Prefeitura.

Ainda segundo o Executivo, essas entidades assinaram contrato de permuta para utilizar os espaços esportivos. A cobrança se aplica aos usos dos ginásios Fábio Botelho Notini (Centro), do Niterói, de Santo Antônio dos Campos (Ermida) e Centro Social Urbano (CSU).

— O objetivo é uniformizar os procedimentos pertinentes à cessão dos espaços esportivos, submetendo todas as pessoas físicas ou jurídicas que virem a utilizar os espaços mencionados às presentes normas — defende. 

Regras 

Para usar os espaços, os interessados devem fazer um pedido de cessão na Secretaria de Esportes e Juventude em formulário próprio, com todos os dados necessários à avaliação. Somente após a assinatura do termo, o espaço é liberado para uso.

O secretário, Ewerton Dutra, diz que a parceria permite regulamentação, manutenção e organização.

— Estamos de portas abertas para negociar com todos que queiram utilizar. Não cobramos de entidades e fazemos um contrato para utilizar o espaço. Estamos seguindo o decreto e todos que utilizam precisam assinar um contrato — disse.  

Procurado novamente pelo Agora na noite de ontem, após a Prefeitura repetir que não cobra das entidades pelo uso dos ginásios, o presidente da ABD reafirmou que os atletas da associação se depararam com os portões do poliesportivo Fábio Botelho Notini fechados e que, quando procuraram a Secretaria de Esportes e Juventude, foram informados que só poderiam voltar a treinar e competir no ginásio se pagassem a taxa. 

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