Prefeitura confirma 35ª morte por covid-19

Síndrome respiratória que afeta crianças é a nova preocupação na Saúde; Divinópolis já tem um caso confirmado

Da Redação

A cidade de Minas que há quatro meses registrava o primeiro caso de covid-19 do estado caminha para alcançar a marca de mil confirmações ‒ além de caminhar para 10 mil notificações. Atualmente, Divinópolis encontra-se na onda amarela do plano estadual Minas Conscientes, classificação que proíbe apenas atividades com alto potencial de aglomeração, como shows. O município, informou o governo, é uma das quatro cidades do estado a registrar um caso Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P), doença que acomete crianças que tiveram coronavírus.

Dados

Até ontem, Divinópolis contava com 9.177 notificações. Desse total, apenas 1.415 foram analisadas: 978 confirmadas, 425 confirmadas e 12 estavam em análise. A taxa de ocupação das UTIs exclusivas para pacientes com quadro sintomático para covid-19 está em 36,9%, com 31 pacientes internados; outros 48 estão no setor de enfermaria.

A Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) confirmou a 35ª morte pela doença na cidade. A paciente, uma mulher, de 67 anos, com comorbidades ‒ obesa, portadora de hipertensão arterial ‒ estava hospitalizada no Hospital São Judas Tadeu desde o último dia 6. O óbito ocorreu ontem.

Internações

A Prefeitura também divulgou ontem os novos números de casos, óbitos e situação de internações nos hospitais Santa Lúcia, Santa Mônica, São João de Deus, São Judas Tadeu e UPA Padre Roberto. Os dados são da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), por meio da Vigilância em Saúde. As informações correspondem até o dia 21 deste mês, última sexta-feira, encerramento da 34ª semana epidemiológica.

Até o momento, desde a primeira semana epidemiológica, foram registrados 916 novos casos positivos para a covid-19. Do dia 16 de julho ao dia 21 de agosto, foram registradas 96 novas ocorrências confirmadas. Também são contabilizados o número de internações para pacientes com diagnósticos contrários à covid-19. Na última semana, a média de pacientes não suspeitos de covid-19 internados nas UTI dos hospitais de Divinópolis foi de 33,0%.

Alerta

O Governo de Minas comunicou ontem o aviso para os municípios monitorarem uma nova doença em circulação no estado.

— Enquanto a comunidade científica investe em pesquisas para desenvolver vacinas e tratamentos eficazes contra a covid-19, o monitoramento da doença levou à identificação da Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) em crianças que testaram positivo ou tiveram contato com algum caso de Sars-CoV-2 — destacou.

A situação, informou, já vinha sido monitorada.

— Desde julho, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), em consonância com o Ministério da Saúde, determinou a notificação obrigatória de casos suspeitos da síndrome e vem acompanhando a situação no estado, aguardando análise de exames para descartar ou confirmar a doença — comunicou.

Até ontem,  o governo estadual tinha conhecimento de 16 casos notificados, todos entre 1 ano e 14 anos de idade, sendo oito confirmados ‒ seis receberam alta e dois permanecem internados. Não há óbitos por SIM-P no estado. Segundo o governo de Minas, são cinco confirmações em Belo Horizonte; Divinópolis, Patos de Minas e Uberlândia têm uma cada.

As crianças diagnosticadas com SIM-P podem evoluir de forma grave com insuficiência respiratória, doença renal aguda, insuficiência cardíaca aguda e também apresentar sintomas semelhantes à doença de Kawasaki, como febre, manchas vermelhas na pele, conjuntivite, edema de pés e mãos. Sintomas respiratórios não são encontrados em todos os casos. 

A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) chamam a atenção para a importância da detecção precoce da Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica e o correto atendimento do paciente. Embora ainda não haja um protocolo validado pelo Ministério da Saúde, o tratamento da SIM-P prevê a aplicação de medicamentos com imunoglobulina endovenosa (Igev), corticoides, imunomoduladores e anticoagulantes.

Comentários