Prefeito notifica governador sobre Hospital Regional

Ofício diz que Prefeitura não arcará com vigias e sugere transferência da obra para União

 

Gisele Souto  

Enquanto o Hospital Público Regional (HPR) parece mais um elefante branco com todas as obras paralisadas, 63 pacientes estão na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Padre Roberto e 106 com pequenas fraturas aguardam em casa por uma vaga na fila da central de leitos, 169 no total. Os que estão na unidade de saúde dependem de tratamento das mais diversas especialidades. Destes, 4, aguardam por CTI. As pessoas que aguardam em casa estão sem medicação e esperam uma vaga no Hospital São João de Deus ou qualquer outro conveniado da região. Porém, a demora é longa e já teve casos de pacientes esperar até um ano. Situação que seria bem diferente se as promessas sobre o hospital regional tivessem sido cumpridas. De solução para os problemas de saúde da região a uma obra inacabada acompanhada apenas dor vigias para evitar furtos de materiais. 

Promessas  

Já com parte obra pronta, em setembro de 2015 uma verba de R$ 10 milhões para a continuidade foi anunciada pelo deputado federal Jaime Martins (PSD). Segundo ele, na época, o Governo do Estado tinha a construção do hospital como prioridade e estaria liberando o dinheiro para não interromper os serviços. Porém, parou por aí. Em uma de suas vindas este ano a Divinópolis, alegando dificuldades financeiras, o governador Fernando Pimentel (PT) afirmou que o hospital regional não é prioridade. Há cerca de dois anos a Prefeitura chegou a afirmar que 80% da obra estava pronta.  

Agora, com nova administração, o prefeito Galileu Machado (PMDB) chegou à conclusão de que também, por dificuldade financeira, não continuará arcando com as despesas de segurança com espaço, que chega a R$ 34 mil por mês. Um ofício do Município destinado ao governador detalha o assunto.  

O documento  

O ofício foi lido pelo vereador Adair Otaviano (PMDB) na reunião da última quinta-feira da Câmara. No documento, fala da dificuldade financeira da cidade, o que impede a conclusão do hospital que atualmente gera gastos com segurança. O prefeito pede o apoio do governador para terminar a obra e comunica que não poderá mais arcar com os custos mensais para vigilância do local. O chefe do Executivo informa também que já estuda a possibilidade de transferir o patrimônio ali investido para o Governo Federal. A missão de tornar a situação pública foi passada a Adair pelo próprio Galileu. O vice-prefeito Rinaldo Valério (PV) foi o incumbido de levar ontem ao conhecimento do governador, em Belo Horizonte, o documento com as reivindicações.   

UPA previsão  

A UPA foi feita apenas para ser a porta de entrada de pacientes, por falta de opção, acaba mantendo-os internados. O correto seria que ficassem lá até no máximo 24 horas, mas existem casos de duração de mais de um mês. Fora os que são mandados para casa.   

A média de leitos em Divinópolis e região chega a ser insignificante.  Segundo levantamento da Comissão de Saúde na Câmara, no ano passado, se tem meio leito para cada mil habitantes, quando a Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza 3 a 5 leitos.  

A previsão inicial para término das obras do hospital era julho de 2016, ano em que deveria estar atendendo em urgência, emergência, cirurgias de média e alta complexidade e partos de alto risco. O alcance é estimado a uma população de 1,2 milhões de habitantes de 55 municípios. A área construída da unidade saúde é aproximadamente 36.000m². 

 

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