Prefeito faz balanço dos primeiros dias de governo

Gleidson citou corte de cargos, cobranças à Copasa e ações durante a pandemia

Matheus Augusto

O prefeito Gleidson Azevedo (PSC) está próximo de completar um mês à frente do Executivo. Em entrevista ao Agora, ele contou que as principais decisões são, no momento, aquelas referentes ao enfrentamento da pandemia. Gleidson assumiu o cargo com a “cidade fechada”, na onda vermelha. Na semana seguinte, optou por ignorar a recomendação do comitê municipal e determinou o retorno à amarela. Mais sete dias se passaram e a cidade voltou, novamente, a fechar as portas.

Por fim, está novamente no estágio intermediário.

— Foram semanas bastante complicadas. Eram decisões que a gente tinha que tomar sobre decretos, retornar para onda amarela, voltar para onda vermelha… A questão da vacina também, que foi um marco histórico para Divinópolis e o Brasil inteiro — comentou.

Sobre a chegada de mais vacinas, ele explicou que ainda não há previsão.

— Ainda tem esse processo do governo federal passar para o estadual e apenas então recebermos — destacou.

Pandemia

Questionado se, por voltar à onda amarela, a situação estava “tranquila”, ele negou.

— Não, tranquila não. A gente está sob pressão ainda. Pelas restrições que a gente fez desde quando assumimos, determinando o aumento da frota de ônibus, fiscais nas ruas, proibição de bebida, a gente conseguiu diminuir os números. Se a população continuar consciente, eu acredito que a gente possa, a cada semana, manter na onda amarela, mas quem sabe daqui 20 dias volta na onda verde — avaliou.

Ele ainda disse que o trabalho de orientação recebe o apoio do comércio e isentou o setor de ser o responsável pela crise sanitária.

— O comércio não é o grande propagador do vírus, mas, sim, a própria população, quando não tem consciência e não pensa um no outro — citou.

Gleidson afirmou não estudar no momento a adoção de medidas drásticas para frear o avanço da doença na cidade.

— A gente está há quase um ano na pandemia. Todas as medidas já foram tomadas. Se não partir da população a consciência de querer que a gente volte à vida normal, não vai adiantar poder público nenhum, só se a gente proibir as pessoas de sair de casa, e eu não vou fazer isso — argumentou.

Caminhada

Nas redes sociais, moradores reclamaram, na última semana, que o fechamento das academias gerou aglomerações na rua Pitangui. Segundo o prefeito, o volume de pessoas na via não tem relação direta com a onda vermelha.

— Reclamam que as academias estão fechadas e a população foi para a pista de cooper. Eu não mandei ninguém ir para a pista de cooper, não. Lá, independente das academias estarem funcionando ou não, sempre foi um fluxo de verão — justificou.

Gleidson ainda comentou que não vai interditar a via, mas recomenda o respeito às normas de prevenção contra a covid-19.

— Você pode ir, tomando o distanciamento e usando máscara — afirmou.

Gestão

Sobre a parte administrativa, o atual chefe do Executivo explicou ter tomado atitudes para não apenas reduzir os gastos, como também “retomar a moralidade do poder público”. Sua principal medida foi cortar cerca de 100 cargos comissionados.

— Na questão da folha de pagamento, não dá tanto impacto, mas dá moralidade — defende.

O próximo passo é revisar os contratos de aluguéis. A complexidade dos termos e a falta de receita, porém, não permite que, ainda neste mandato, todos os setores da Prefeitura funcionem no Centro Administrativo, na avenida Paraná.

— Isso é impossível. A gente tem espaço para construir para poder, sim, futuramente, reduzir todos os aluguéis — citou.

— A gente agora vai atacar os aluguéis. Desocupamos um andar inteiro para trazer mais setores para a Prefeitura. Esse choque de gestão vai futuramente trazer benefícios à cidade—acrescentou.

Copasa

Além do transporte coletivo, outra empresa alvo de críticas do prefeito é a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa). Ele detalhou ter solicitado a troca do responsável pela estatal na cidade e a prestação eficaz do serviço.

— Cobrar não só da ETE [do Copacabana], mas também a falta d'água, que é uma vergonha. Tirar a Copasa provavelmente é impossível, mas fazer ela cumprir o contrato com certeza a gente vai ficar de cima — prometeu.

Radar

Por fim, Gleidson Azevedo definiu a retirada do radar da avenida JK como um ato técnico.

— O semáforo ajudou muito nas questões dos acidentes. Como a gente fez esse estudo, que durante esses dois anos a população teve a consciência de diminuir a velocidade, a gente preferiu tirar o radar — detalhou.

Ele também citou as “grandes reclamações de multas” no local e disse esperar que, mesmo com a retirada do equipamento, não haja registro no aumento de acidentes.

 — Independente de ter radar, a gente tem que ter consciência no trânsito — finalizou.

 

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