Preço da gasolina diminui nas bombas

Redução foi de 1,7% nos últimos 30 dias, mas previsão para 2022 ainda não é animadora

Jorge Guimarães 

O ano entrou com um pouco de alívio para consumidores, pelo menos em um produto. Depois de altas seguidas no preço da gasolina, a Petrobras anunciou, no dia 14 de dezembro último, que o valor médio de venda do combustível para as distribuidoras passaria de R$ 3,19 para R$ 3,09 por litro. O novo valor representa uma redução média de 3,13% ou de R$ 0,10 por litro para o consumidor final. Segundo a estatal, o ajuste reflete, em parte, a evolução dos preços internacionais e da taxa de câmbio, “que se estabilizaram em patamar inferior para a gasolina”.

— Então, o preço da gasolina atual é reflexo de uma baixa que ocorreu no dia 15 de dezembro do ano passado, de R$ 10 centavos. Mas também a concorrência é um ótimo exemplo de perpetuação do preço. Tem lugares em Minas em que a gasolina está mais cara ou mais barata. Isso tudo depende da comunidade e concorrência ao redor do posto. E, mesmo com os preços atuais, a queda no consumo não foi sentida, visto que janeiro e dezembro são meses de muitas viagens — detalhou o assessor de uma grande rede de postos de combustíveis na cidade e região, Luiz Otávio Santos.

 

Leve queda

O preço praticado nos postos da cidade, entre os dias 26 de dezembro e 1º de janeiro, registrou leve queda, segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP), realizado em 10 pontos de vendas da cidade.

O valor médio praticado na cidade ficou em R$ 6,93, contra R$ 7,05 praticado há 30 dias, o que representa uma redução de 1,7% no período. Já o menor preço encontrado foi de R$ 6,69, e o maior de R$ 7,09. 

— Finalmente, as reduções chegaram aos consumidores, que já pagavam a gasolina acima dos R$ 7 desde o início de dezembro. E nesta semana tivemos ainda mais uma pequena redução, para combater a concorrência que é salutar nesse tipo de mercado — disse o gerente de um ponto de venda, Emerson Costa.

 

Região

No Centro-Oeste, o menor preço médio foi registrado na cidade de Bom Despacho, onde o litro é comercializado a R$ 6,78. Quanto ao maior valor praticado, entre as principais cidades da região, Pará de Minas obteve a marca de R$ 7,35.

— Quando saio para cumprir meu itinerário na região, sempre faço uma consulta de como estão os preços nas cidades por onde vou passar. E abasteço aqui somente o necessário, até chegar onde comercializa mais barato. A vantagem é que o carro é flex, daí a gente vai equilibrando o bolso do jeito que pode — avaliou o representante comercial Marcos Rodarte.  

 

Preço futuro

Pelo menos no cenário atual, 2022 não traz notícias otimistas ao motorista. O preço da gasolina, que, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), terminou o ano de 2021, 44,3% mais alto do que em janeiro, dificilmente retornará aos patamares anteriores e pode até sofrer novos aumentos, embora em uma escala menor. Isso pelo fato de que o valor da gasolina no Brasil é atrelado ao do barril de petróleo internacionalmente, em que a moeda forte é o dólar. Há espaço para barateamento do combustível, porém os dois fatores tendem a se manter sob relativa estabilidade, em um nível elevado, pelo menos no primeiro semestre, na avaliação do coordenador do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis Zé Eduardo Dutra (Ineep), Rodrigo Leão.

— Todas as projeções de câmbio e do preço do barril do petróleo não indicam a possibilidade de a gasolina voltar ao patamar de R$ 5. O que podemos dizer é que não deve haver um aumento na mesma intensidade de 2021, quando o barril começou mais baixo e quase dobrou — diz.

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