Poupança perde investimentos em 2019

Jorge Guimarães

A taxa básica ​de juros da economia, Selic, que é o principal instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central (BC) para controlar a inflação, começou 2019 fixada em 6,5% e terminou o ano em 4,5%. Ela influencia todas as taxas de juros do país, como as dos empréstimos, dos financiamentos e das aplicações financeiras. E sua baixa ao longo do ano teve duas vertentes: uma beneficiou o consumidor e alguns setores da economia, como o da construção civil, que viu uma retomada de crescimento em 2%, depois de quatro anos no negativo; e a outra foi a fuga dos investimentos na mais popular das aplicações financeiras do país, a caderneta de poupança, que tem seus rendimentos vinculados à Selic.

Fuga

Com os rendimentos em baixa, o interesse dos investidores caiu ao longo do ano, apesar dos altos e baixos da aplicação.  E, diante dos fatos concretos, o Banco Central (BC) anunciou no último dia 7 que, em 2019, os depósitos somaram R$ 13,23 bilhões a mais do que os saques. Isso representa queda de 65,2% em relação à captação líquida (depósitos menos retiradas) de R$ 38,26 bilhões registrada em 2018.

Investimentos

Diante dos fatos, os investidores diversificaram suas aplicações em diferentes setores. Entre eles, a Bolsa de Valores, o Certificado de Deposito Bancário (CDB), a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), que é um título emitido pelo banco para financiar o agronegócio. Este tipo de renda possui isenção do Imposto de Renda, que foi uma forma que o governo achou de incentivar o crédito nesse setor, dentre outros. Mas o investidor tem que ficar atento aos períodos de resgate, que variam entre curto, médio e longo prazo.

Bolsa

A redução dos juros para o menor nível da história aqueceu principalmente os investimentos na Bolsa de Valores.  Ela foi o que teve maior crescimento entre as aplicações escolhidas pelos investidores, passando de 564 mil no fim de 2016 para 1,4 milhão em setembro de 2019, registrando um crescimento de 150%, em tempo recorde.

— A queda da taxa Selic atingiu diretamente os juros pagos pela poupança, porque os juros desta é que determinam o rendimento da aplicação. E, agora, aplicar na Bolsa de Valores virou uma febre entre muitos investidores. Mas todo cuidado é pouco, pois neste mercado tem que saber vender e comprar na hora exata — avaliou o economista Leandro Maia.

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