Política x covid

Preto no Branco 

Desde março, quando a pandemia do novo coronavírus começou a fazer as primeiras vítimas mundo afora, aqui no Brasil, já se sabia que o processo eleitoral seria diferente e difícil. E assim tem sido. Campanha mais curta e longe dos eleitores, candidatos doentes e pessoas próximas perdendo a vida. O último contaminado pelo vírus é o candidato a prefeito Sargento Elton (Patriota). Se afastou dos trabalhos deixando a cargo do seu vice, o empresário Fernando Malta (PSL). Mas, para outros, foi ainda pior. A candidata a prefeita pelo PT, Professora Maria Helena, perdeu seu pai para a doença em plena corrida eleitoral. Antônio Araújo, 81 anos, morreu ontem e entra para estatística como o número 67 nas famílias desoladas pelas perdas em Divinópolis. Para todos estes parentes, 2020 ficará marcado não somente pela escolha de um entre o maior número de candidatos à Prefeitura de Divinópolis, mas especialmente pela dor da perda de pessoas queridas. 

A vitoriosa 

A se tratar das atuais circunstâncias, a grande vencedora neste processo é a internet. Pelo lado de visibilidade, não resta dúvida. Antes mesmo da chegada deste vírus avassalador, as redes sociais já dominavam na questão da aparição de futuros candidatos que, posteriormente, se consolidaram como postulantes a cargos no Executivo e no Legislativo. E não deu outra, a maior parte das propagandas eleitorais está distribuída nelas. Que seja para pedir voto, fazer críticas ao adversário, desabafos ou até mesmo atacar – o que é lamentável. Basta dar um clique no teclado do telefone ou computador que estará lá tudo isso e mais um pouco.  Ah, e como nos canais de filmes e séries, o conteúdo é diversificado: proibido para menores, comédia, terror...

O lamentável 

A internet está aí para agregar e facilitar, não resta dúvida. É imediata e de fácil acesso. O problema é quando é usada por pessoas de má-fé, principalmente em se tratando de política. Dependendo do caso, a pessoa pode ir “do céu ao inferno” e não se escolhe vítimas. Neste vale tudo por um cargo, muita gente tem sido prejudicada e de forma covarde. O caso mais recente envolve o candidato a vereador pelo PSB André Ferreira. Ele foi vítima de um concorrente ao cargo pelo PSL nas redes sociais e teria sido ameaçado e tratado com termos relativos a homofobia. Diante da situação, protocolou uma representação contra a pessoa no Ministério Público Eleitoral (MPE). E escolheu o melhor caminho. Afinal, ter a mesma atitude “nesta terra sem lei” – onde todo mundo se dá o direito de apontar, julgar e condenar – perderia também sua razão. E, nestes momentos decisivos, a prudência tem que estar em primeiro lugar. 

Punição 

Como o dia da votação se aproximando – menos de um mês –, o que não faltam nas redes sociais são este tipo de atitude criminosa e notícias falsas. No entanto, caso muitos desinformados – ou que fingem ser – cometam tais atitudes, fiquem cientes que produzir e compartilhar informações falsas pode gerar séria dor de cabeça. Se a notícia falsa for difamatória, por exemplo, e divulgada na íntegra por quem que compartilha, responderá na Justiça e pode ser condenado. Vale lembrar ainda que o simples compartilhamento de uma notícia falsa pode resultar em um pagamento de indenização à vítima da mentira. Como se livrar de qualquer um desses riscos? O único jeito é não compartilhar ou parar de preguiça de ler e verificar a veracidade da notícia, caso contrário, responda por seus atos, simples assim! 

Ânimos exaltados 

Não precisa, mas está assim. Já era esperado pela quantidade de candidatos à Prefeitura em Divinópolis que o clima não seria dos mais cordiais entre os concorrentes. E agora que a votação se aproxima os ânimos estão exaltados também nos debates. Os desafios, os erros apontados e as críticas, que antes eram fervilhantes nas redes sociais estão acontecendo no tête-à-tête. Lamentável. A discussão, quando sai do campo das ideias, se torna perigosa e principalmente ridícula. Agressão, grito e acusação são típicos de quem não tem argumento, lembrem-se disso.

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