PM prende oitavo alvo mais procurado da região

Homem foi localizado com 350 kg de drogas e mais de R$ 60 mil; lista de alvos prioritários tem 20 nomes

Bruno Bueno

350 quilos de droga, incluindo crack, maconha e cocaína. R$ 62 mil em espécie, carregados em notas de R$ 50, R$ 100 e R$ 200. Dois veículos automotores e anotações sobre o tráfico. Tudo isso se assemelha com materiais de uma cena de filme, mas foi o que a Polícia Militar (PM) em Divinópolis apreendeu na manhã da última terça, 27, na cidade. 

A apreensão ocorreu durante uma operação de combate ao tráfico de drogas e  prevenção a explosão de caixas eletrônicos em vários pontos da região Sudoeste, especificamente nos bairros Jardinópolis e Morada Nova. Junto dos materiais, foi preso o provável dono da carga, R.H.C, de 28 anos, considerado o oitavo criminoso mais procurado da região. A lista da PM conta com 20 nomes.

Segundo a PM, o homem é suspeito de envolvimento em ataques a instituições financeiras e caixas eletrônicos em Minas Gerais, com fortes evidências de ser o proprietário da droga apreendida na operação. Ele estava na lista dos 20 alvos prioritários da 7ª Região da Polícia Militar, sendo o oitavo da pauta feita pela corporação.

Abordagem

A abordagem ao suspeito ocorreu em sua residência, no bairro Morada Nova. No local, foram apreendidos a quantia em dinheiro, um caderno de anotações da contabilidade do tráfico, duas buchas de maconha, material para o desdobramento de cocaína, dois veículos e algumas prensas utilizadas no preparo da droga.

Ainda segundo a PM, depois da abordagem do suspeito, foi levantado pelos militares um possível local utilizado para esconder drogas. Depois de buscas dos policiais, o esconderijo foi encontrado. 

— Foram localizados em meio a uma vasta vegetação entre os dois bairros, local de difícil acesso, três tonéis de plástico com aproximadamente 350 kg de drogas, entre maconha, crack e cocaína, além de outros contendo diversos materiais utilizados na prática do tráfico de drogas — explicou a PM.

Apoio

O comandante do 23º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Herlando Ferreira que participou da operação, relatou que a ação contou com apoio do cão farejador, Khanum, da 7ª Companhia da PM.

— Recebemos a informação de que o suspeito estaria esperando um carregamento de drogas no bairro Jardinópolis. Contamos com apoio do cão e localizamos tonéis dentro de um matagal onde a droga estava escondida.

O comandante ainda deu mais detalhes sobre o alvo preso pela PM.

— Ele não é natural da cidade, mas mora e atua em Divinópolis. Nós temos informações de que ele tem envolvimento com outros suspeitos do município. Os materiais foram disponibilizados para a delegacia de Polícia Civil — afirmou.

Sobre a droga encontrada, o comandante disse que a maioria dos entorpecentes localizados era maconha.

— A maioria da droga encontrada foi a maconha, mas também recolhemos porções de crack e cocaína. Sobre o paradeiro da droga, a perícia da Polícia Civil esteve no local e investiga sobre a origem. É interessante destacar que, no local onde os entorpecentes foram localizados, encontramos prensas, ou seja, a droga era manuseada e desdobrada também no local — explicou.

Busca e apreensão

O comandante da 7ª Região da Polícia Militar, coronel Wemerson Lino Pimenta, deu mais detalhes sobre o cumprimento do mandado de busca e apreensão, que contou, segundo ele, com importante participação do Ministério Público (MP).

— Tenho que ressaltar o trabalho rápido, oportuno e louvável do Ministério Público. Levamos a demanda para o MP, que passou pelo Poder Judiciário e foi autorizado legalmente o cumprimento de um mandado de busca e apreensão na noite de segunda. Na manhã de terça, às 6h, cumprimos esse mandado e logramos êxito na localização do suspeito — disse.

Planejamento estratégico

A assessoria de comunicação da PM, por meio do responsável, major Jocimar Lúcio dos Santos, deu mais detalhes sobre o planejamento estratégico utilizado pelos militares para encontrar os alvos prioritários.

— Dentro desse planejamento existe um plano tático de inteligência por meio do qual há um compartilhamento de informações dos policiais militares que atuam na atividade operacional com o setor de inteligência, o que chamamos de inteligência humana, com a indicação dos alvos que apresentam maior probabilidade de cometimento de algum desses delitos específicos — disse.

Ainda segundo o major, após a indicação dos alvos, é realizado um trabalho por parte do setor de inteligência.

— A partir desse compartilhamento de informações, o setor de inteligência realiza um trabalho com base em critérios objetivos, fazendo o ranqueamento dos alvos a serem acompanhados no dia a dia pelo policiamento ordinário, de acordo com o grau de prioridade estabelecido — afirmou.

Por fim, o major ainda explicou sobre o sistema 80% e 20% utilizado pela 7ª  Região.

— A partir da seleção desses alvos prioritários, com fundamento no diagrama de pareto, ou seja, 80% das consequências advêm de 20% das causas, focamos nosso trabalho no acompanhamento sistemático e periódico dos alvos, por meio de um planejamento operacional direcionado para este fim — explicou.

 

 

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