PM inicia patrulha de prevenção à violência doméstica

 

Da Redação

A Polícia Militar (PM) deu início ao projeto Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica em Bom Despacho, Divinópolis, Formiga, Nova Serrana e Pará de Minas, todas pertencentes à 7ª Região da Polícia Militar (7ª RPM). Cada uma das cidades irá receber uma viatura voltada para atender a população nos casos de violência doméstica.

Em um evento no Teatro Usina Gravatá ontem, 16, o comandante da 7ª RPM, o coronel Webster Wadim Passos Ferreira de Souza, recebeu militares e cidadãos para o anúncio oficial da patrulha e fez um breve discurso sobre a participação das mulheres nas instituições de segurança pública.

Quem também esteve presente no evento foi a tenente-coronel Nirlane de Souza Barroso, coordenadora oficial da patrulha em toda a região, à frente das equipes das cinco cidades. Na apresentação do projeto no teatro, a tenente-coronel defendeu a prevenção contra a violência doméstica e lembrou que as mulheres são as maiores vítimas do crime. Ainda de acordo com ela, a ideia da patrulha é empoderar as mulheres e as incentivarem a denunciar seus agressores.

A patrulha teve início ontem em Divinópolis. As equipes são compostas por agentes treinados e capacitados para agir na área. Inclusive, em cada grupo é obrigatório haver pelo menos uma mulher para maior diversidade entre os membros.

Denúncias

Em entrevista ao Agora, a presidente do Conselho Municipal do Direito da Mulher, Ana Paula de Oliveira Freitas, alertou que o projeto da PM é positivo para a região, mas lembra que é fundamental o papel da sociedade no combate à violência doméstica.

— A maior importância para o projeto dar certo é a participação de toda a comunidade. Aquele velho ditado ‘Em briga de marido e mulher não se mete a colher’ já passou, a gente tem que se intrometer, sim, porque não é justo ouvir um grito de socorro e fingir que não escutou. Cabe a nós, como uma comunidade, participar ativamente desse projeto — disse.

Patrulha

O objetivo da Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica é de buscar a redução dos crimes violentos com motivação passional, sem deixar de lado o apoio que essas mulheres necessitam, seja psicológico, social ou jurídico, já que, na maioria dos casos, o ciclo de violência é vivido há anos por essas vítimas e seus familiares.

Nos últimos 12 meses, 1,6 milhão de mulheres foram espancadas ou sofreram tentativa de estrangulamento no Brasil, enquanto 22 milhões (37,1%) de brasileiras passaram por algum tipo de assédio. Dentro de casa, a situação não é melhor. Entre os casos de violência, 42% ocorreram no ambiente doméstico. Após sofrer uma agressão, mais da metade das mulheres (52%) não denunciou o agressor ou procurou ajuda.

Os dados são do levantamento feito pelo Datafolha em fevereiro, encomendada pela ONG Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) para avaliar o impacto da violência contra as mulheres no Brasil.

Comentários