Pipas deixam 18 mil pessoas sem energia na região

Cemig registrou 840 ocorrências de interrupção no fornecimento de energia

Da Redação

Soltar pipas é uma das brincadeiras mais populares entre as crianças e adolescentes em todo o País e, no inverno, essa atividade ganha mais força devido à intensidade dos ventos típicos desta estação do ano e pela coincidência com as férias escolares. Mas a diversão pode gerar prejuízos e trazer riscos à segurança da população se for realizada de forma irresponsável. Na região Centro-Oeste, foram 39 ocorrências de desligamentos, totalizando 18.117 pessoas afetadas. Em Minas Gerais, de janeiro a maio deste ano, a Cemig registrou 840 ocorrências de interrupção no fornecimento de energia elétrica devido a essa prática, que prejudicaram mais de 284 mil consumidores da empresa.

De acordo com o engenheiro eletricista da Cemig, Demetrio Venicio Aguiar, alguns procedimentos devem ser adotados para que não haja risco à segurança nem ocorram interrupções no fornecimento de energia com a prática da brincadeira.

— As pipas devem ser empinadas em locais abertos e afastados da rede elétrica. Jamais use fios metálicos ou cerol e, caso a pipa fique presa, não tente resgatá-la — orienta.

 Além disso, o profissional alerta sobre um produto que vem agravar os problemas e os riscos: um tipo de fio cortante feito em escala industrial, chamado de “linha chilena”, produzido com materiais mais abrasivos que o cerol.

— Esse tipo de linha é muito mais cortante do que o cerol comum, e infelizmente é possível adquirir este material de origem estrangeira pelo mercado paralelo e até pela internet — diz o engenheiro.

Acidentes graves

Além dos prejuízos causados pela falta de energia, a Cemig também alerta para os riscos à segurança que a soltura de pipas pode trazer quando praticada próxima à rede elétrica, causando acidentes graves com as pessoas que as manipulam e também ocasionar acidentes com terceiros.

Demetrio Venicio Aguiar conta que a maioria dos acidentes acontece quando o papagaio fica preso na rede elétrica e as crianças tentam retirá-lo utilizando materiais condutores, como pedaços de madeira ou barras metálicas. O contato com a rede elétrica pode ser fatal para essas crianças, além do risco de rompimento do cabo, que pode atingir outras pessoas que estiverem passando no local.

 O engenheiro chama a atenção ainda para o fato de que o uso do cerol pode transformar uma simples linha de papagaio em um material condutor e provocar choque elétrico ao entrar em contato com a rede. Além disso, muitas crianças amarram as pipas com arames e fios.

 — São materiais altamente condutores de energia e que acabam sendo energizados quando tocam os cabos de energia, causando o choque elétrico — explica Demetrio  Venicio Aguiar.

 

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