Pior que tá fica?

O caos chegou há muito tempo e é impossível não questionar todas as faces dessa grave crise que afeta Minas Gerais, e consequentemente, as prefeituras. Todos os dias os noticiários trazem novas informações sobre a greve dos professores, ou sobre o início da operação ‘Tartaruga’ na Unidade de Pronto Atendimento Padre Roberto (UPA 24H). A cada dia uma nova notícia, um novo fato, em outras palavras, um novo 7x1 para a população engolir a seco. Por mais que todos estejam na expectativa de lerem aquela notícia “governo pagou as prefeituras”, ou ainda, “governo anuncia pagamento do 13° de forma integral”. Elas simplesmente não vêm, e aí ficam todos ansiosos pelo o que há de vir. Alguns ainda mantêm aquela velha de esperança de “pior que tá não fica”, mas fica, oh! se fica. E não! Isso não é ser pessimista, isso é ser realista, e a realidade que bate na porta é dura, é triste.

O confisco promovido Estado provocou uma grave crise nas prefeituras, e isso é inegável. Mas, é importante ressaltar que só se manteve de pé, até hoje, e se manterá até o dia 31 de dezembro de 2018 aqueles municípios que têm à frente um gestor, e uma boa equipe de administração. Não é difícil encontrar várias prefeituras pagando os funcionários em dia, os professores também, mantendo os serviços básicos da população, e até mesmo anunciando data de pagamento do 13° salário, mesmo diante o caos instalado. Divinópolis fugiu a essa regra e seguiu o caminho de outros municípios. Os serviços essenciais à população foram afetados, os salários foram escalonados e a situação arrochou de vez.

Assim como é impossível negar que o confisco promovido pelo Executivo Estadual causou grande parte da situação que a cidade enfrenta hoje, é possível afirmar também que faltou jogo de cintura do Executivo Municipal. Galileu Machado (MDB) pegou a Prefeitura com uma dívida de R$ 58 milhões, mas isso não o impediu de em três meses de mandato nomear 215 cargos comissionados. Apesar de alguns de seus representantes afirmarem que a maioria era servidor nomeado em cargo comissionado, os números do Portal da Transparência apontavam o contrário.

Dos 216 cargos comissionados nomeados até outubro, apenas 86 eram servidores de carreira do Município, o restante – 130 – eram de livre nomeação. Enquanto Galileu mantinha suas promessas de campanha em dia, a cidade afundava em um caos profundo. O primeiro pacote de economia anunciado em abril do ano passado não foi suficiente para impedir que a crise se agravasse. Foi como uma gota no oceano. A coisa ficou feia e mais medidas foram adotadas, a de demitir 92 contratados e 65 comissionados. Porém, segundo a própria administração, a economia será de apenas R$ 2,5 milhões e mais uma vez será uma gota no oceano.

Existe a culpa do Estado? Claro! Mas também a do Município que é responsável por gerir as suas contas. Como a própria secretária de fazenda, Suzana Xavier disse em uma coletiva. O “Município não acreditava que aquilo estava acontecendo, e que o Estado iria pagar sua dívida”. Mas, isso não aconteceu e a realidade bateu a porta. Agora é arregaçar as mangas e mostrar serviço.

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