PF em Divinópolis prende advogada por fraude de R$ 1,4 milhão

 

Da Redação

A Polícia Federal (PF), com sede em Divinópolis, cumpriu ontem quatro mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva. A operação “Papillon” investiga, após informações obtidas pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), fraudes sobre o benefício de auxílio-reclusão em Formiga.

A investigação está em andamento desde o dia 8 de março deste ano.

Operação

A advogada, que trabalha em um escritório em Formiga, ficará no presídio Floramar, em Divinópolis, e deve responder pelos crimes de estelionato contra o INSS, falsificação e uso de documentos falsos. Ela também poderá ser acusada de outros delitos, conforme o desenrolar das investigações e novas irregularidades sejam descobertas.

A maioria dos crimes foi cometida contra presos em Formiga. Apesar de reclusos de outras regiões também terem sido prejudicados, a documentação falsificada era sempre apresentada no INSS onde a acusada morava.

Investigação

A operação teve início após o INSS relatar que uma advogada tinha protocolado e recebido diversos benefícios de auxílio-reclusão indevidos. Durante o inquérito, concluiu-se que a investigada teria apresentado, ao menos, 20 processos de auxílio-reclusão com documentos falsos, como certidões de nascimento e atestados carcerários.

Segundo levantamentos preliminares feitos pelo Instituto, o prejuízo já é superior a R$ 1,4 milhão. Esse valor é referente aos benefícios irregulares concedidos e identificados.

Durante as análises, a PF conseguiu identificar documentos de atestados carcerários com datas alteradas e com indicação de que o infrator estava preso, quando na verdade já estava solto. Outra ação realizada pela advogada era de apresentar a documentação requerendo o benefício quando o indivíduo sequer havia sido preso.  

De acordo com informações iniciais da PF, os presos não tinham conhecimento do golpe aplicado pela advogada.

Segundo a Polícia Federal, a advogada cadastrava seus familiares como dependentes do preso para receber o benefício do auxílio-reclusão.

— Além de utilizar documentos falsos, a advogada cadastrava seus próprios familiares como representantes legais de dependentes do preso. Várias das certidões falsas apresentadas ao INSS eram autenticadas de próprio punho pela advogada como se o documento fosse original — informou a PF.

A advogada se apresentava como procuradora dos presos e retirava o valor, após autorização do instituto de Previdência.

— A advogada “inventava” dependentes de presos, apresentando certidões de nascimento falsificadas e se cadastrava como procuradora para receber os benefícios, passando a sacar os valores no banco após o deferimento pelo INSS — explicou o órgão. 

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