Perito designado pela Justiça realiza análise em cemitério
Da Redação
O perito designado pela Justiça, Paulo de Tarso Campos, realizou ontem à tarde os trabalhos de perícia no local onde houve o desabamento do muro que causou a destruição de túmulos no Cemitério da Paz, no Centro da Cidade.
A área que ficou comprometida pelo deslizamento corria risco de novo deslizamento, o que será confirmado ou não com o laudo de engenheiro. A Prefeitura acompanhou o trabalho de análise das condições do solo. Já a empresa responsável pelo muro não compareceu.
Laudo
A análise pericial foi uma decisão da Justiça em favor da Prefeitura. Através de ação interloculatória – ato processual praticado pelo juiz no processo – a Vara de Fazenda Pública de Divinópolis designou um engenheiro para atuar na perícia. Segundo a Prefeitura, o laudo do técnico é imprescindível para a próxima etapa dos trabalhos, que é a remoção da terra e identificação dos restos mortais que ainda estão soterrados.
— O procedimento é fundamental para iniciar o trabalho de recuperação dos estragos causados, tendo sempre como prioridade por parte da Prefeitura o mais profundo respeito à memória daqueles atingidos por tal fato, bem como de seus familiares — reiterou a Administração.
Ainda de acordo com a Prefeitura, além de ser uma forma de se resguardar juridicamente, o laudo permitirá descobrir de quem foi a responsabilidade no acidente.
O Agora trouxe na semana passada o auto de embargo da obra. Os responsáveis não tinham alvará para seguir com a construção e também não apresentaram projeto arquitetônico que permitisse o seguimento da intervenção.
A imprensa não foi autorizada a registrar imagens do trabalho do profissional.
Trabalho dos Bombeiros
O Corpo de Bombeiros de Divinópolis realizou no último sábado, 8, o trabalho de exumação de corpos que estavam enterrados em túmulos que corriam o risco de desabar por causa das condições que o deslizamento deixou.
A ação partiu de um pedido da Prefeitura. Os restos mortais retirados dos jazigos foram colocados em urnas e, posteriormente, levados para o Cemitério Parque da Colina. Por causa da instabilidade do solo, os militares precisaram trabalhar suspensos em cordas e presos a cabos de segurança. O objetivo era de evitar que eles viessem a ser atingidos em outro possível deslizamento.
Desabamento
O muro da construção ao lado do Cemitério da Paz veio abaixo no último dia 31. Com a queda, quase 30 jazigos foram atingidos pela lama que desceu. O desabamento ocorreu um dia depois de a obra ser embargada pela Prefeitura por descumprimento de normas técnicas e legais de construção. A empresa envolvida divulgou nota informando que havia obedecido a todos os processos legais de engenharia.