Perfume da virtude

Extrairei e comentarei alguns fragmentos da obra: “Dhammapada- O Caminho da Lei”, podendo ser considerada como um verdadeiro patrimônio da humanidade por se tratar de conhecimentos atemporais que elevam os nossos sentimentos, transportando-nos para o melhor de nós mesmos.

“Quem encontrará o Dhammapada, o claro caminho da perfeição, tal como um homem que, à procura de flores encontra a mais formosa flor?”

Já existe o dito popular que diz que “quem procura acha”, e seguindo esta mesma lógica, caminhamos em direção daquilo que verdadeiramente queremos. Também relembraria Aristóteles, filósofo grego, que dizia que: “a virtude seria desenvolvida pelo hábito, e que seremos músicos, compondo música; justos, praticando a justiça.”.

Portanto, trata-se apenas de discernir exatamente do que realmente queremos, para posteriormente seguir procurando, lembrando-se sempre do conselho romano de Otávio Augusto que dizia: “Em tudo o que fizeres, apressa-te lentamente”.

Diz também o Dhammapada que “como a abelha toma o néctar da flor e deixa-a, sem danificar sua beleza e perfume, assim o sábio se encaminha nesta vida.” Acredito que o homem deva viver, desenvolvendo todas as suas potencialidades humanas, além de desfrutar dos recursos que a natureza possa oferecer-lhe, sem, contudo, danificá-la ou explorá-la até sua exaustão; Hoje enfrentamos reações naturais, talvez por esta falta de sabedoria de conviver com os diferentes reinos da natureza. Por isso já ensinava o professor Jorge Angel Livraga que o “homem deve viver e deixar viver”;

Continua o Dhammapada dizendo que “o perfume das flores não se espalha contra o vento, nem mesmo o perfume do sândalo, da rosa ou do jasmim, mas o perfume da virtude se espalha contra o vento e chega até os confins do mundo.”.

Aqui relaciono este ensinamento com Sócrates quando dizia que as virtudes existem independentemente do homem virtuoso que as pratica. Entretanto, poderíamos acreditar que exista um espírito da amizade independente de termos amigos, uma vida que impulsiona a matéria e que a justiça estaria muito mais além das formas geradas pela ignorância.  Ou seja, os Ideais existiriam independentes de suas formas, e por isto o perfume da virtude se espalharia mesmo contra o vento, visto que as virtudes não precisaram circunstâncias convenientes, mas sim, somente de canais para sua manifestação que seriam exatamente os homens de boa vontade.

Divinópolis, 05 de Abril de 2018

Professor e Filósofo à maneira clássica
Elismar José Alves
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