Pele fina

 Uma parte considerável dos políticos (e alguns empresários/empresas podem entrar nesse grupo também) tem extrema dificuldade de lidar com críticas, o que tem ficado cada vez mais exposto com o avanço as redes sociais. Vale tanto para algumas velhas raposas quanto para alguns novatos. A dificuldade decorre de uma mentalidade arcaica que divide o mundo em duas categorias: os amigos e os inimigos.

 Falta de noção

 Essa divisão ultrapassada mostra a fragilidade do ego desses políticos. Mostra ainda uma falta de consciência do sentido exato da palavra servidor público: aquele que está ali para servir ao bem comum, a todos. E não apenas para servir aos seus próprios eleitores ou apoiadores.

 Fogo na gasolina

 Com as redes sociais, as críticas chegam a todo segundo e ganham proporção inédita. Algo nunca antes possível por nenhum outro meio. Uma resposta atravessada do político ou da assessoria, e pronto: transformam um probleminha em problemão.

 Sem preparo

 A grande dificuldade atualmente é que os profissionais de comunicação que encaram uma assessoria também têm demonstrado pouca aptidão para lidar com a crítica em tempo real. São raros aqueles realmente capazes nesse sentido. E não é para menos: é um exercício de paciência e de construção de relacionamento. Sobretudo, um exercício de empatia. De se colocar no lugar do outro.

 Sem paixão

 Acontece que profissionais que assessoram políticos tendem a se “apaixonar” pelo assessorado. Ficam cegos e deixam de ser úteis no que é mais importante para o próprio assessorado: ter uma visão ampla, crítica, realista e honesta de mundo. Exemplos ruins não faltam. Basta observar políticos que mantêm perfis e páginas em redes sociais que apenas falam, mas não escutam nem dialogam com a audiência.

 Tropeços

 Mudando de assunto, mas ainda sobre comunicação: foi a pior possível a resposta do assessor da Presidência Tiago Pereira Gonçalves sobre o cancelamento de última hora da coletiva de Bolsonaro, ontem, em Davos. Disse que foi devido à “abordagem antiprofissional da imprensa”. Com isso, a desistência ficou parecendo mera questão de ego ou medo mesmo.

 Remediando

 Depois, outros assessores divulgaram a versão de que o presidente precisava se poupar para a cirurgia a que vai se submeter na segunda-feira, 28. Bem melhor essa justificativa. Mas depois do leite derramado... Resumindo, comunicação não é para amadores. Pode até funcionar por um tempo ou em determinadas ocasiões e contextos. Porém, em médio e longo prazo, a falta de profissionalismo é um desastre.

 Sindinova

 O empresário Ronaldo Andrade Lacerda toma posse como presidente do Sindinova na próxima sexta-feira, 25. A solenidade está marcada para as 20h, no auditório do sindicato. O objetivo da nova diretoria é expandir o mercado do polo calçadista de Nova Serrana. “Temos que montar as ações e estratégias para isso”, ressalta. O atual presidente, Pedro Gomes, assumirá a vice-presidência.

 Parece muito, mas...

 A AB Nascentes das Gerais divulgou ontem que os 22 municípios que estão às margens do Sistema MG-050/BR-491/BR-265 receberam em 2018 o repasse de mais de R$ 6,1 milhões. O valor se refere, ainda segundo a empresa, ao ISSQN arrecadado nas praças de pedágio. Em tempos de vacas magérrimas, todo dinheiro é bem-vindo. Mas, fica a questão: pelo tanto que os moradores dessas cidades pagam de pedágio e considerando o que foi feito de obra até agora ao longo do “sistema”, esse valor é realmente relevante?

 Bolo repartido

 Fazendo as contas, se a distribuição fosse por igual, daria R$ 277 mil anuais por cidade. Mas a conta é diferente. A concessionária explica que o valor é repassado mensalmente e o total “é dividido entre as cidades proporcionalmente, conforme a participação de limite territorial, ou seja, de acordo com a quilometragem voltada para a rodovia, nos termos da legislação vigente”.

Comentários