Pela primeira vez, escolas de Divinópolis não aderem a greve

 

Gisele Souto 

Desde que foi deflagrada a greve dos servidores da educação em Minas Gerais há cerca de duas semanas, já foram realizadas diversas reuniões, mobilizações e assembleias locais e em Belo Horizonte. Houve também a movimentação do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação e Minas Gerais (Sind-Ute) em várias escolas, convocando os profissionais para aderirem ao movimento. Em muitos municípios de Minas Gerais, o chamado foi atendido. O que não ocorreu em Divinópolis.

Apesar toda atuação do sindicato na semana passada, nenhuma escola na cidade parou suas atividades. São 33 unidades de ensino sob direção da Superintendência Regional de Ensino (SRE) e 23 mil alunos que seguem em ritmo de atividades normais.

As informações são da SRE, que confirmou a paralisação de apenas 28 servidores do órgão, mas que estariam voltando ao trabalho de forma gradativa. 

 Explicação 

Uma nova reunião estava marcada para o fim da tarde de ontem, na cidade, em busca da adesão pelo menos de mais professores. A direção do sindicato em Divinópolis confirmou que nenhuma escola paralisou as atividades, porém alguns professores, sim. O objetivo do encontro era tentar aumentar o número.

A diretora do Sind-Ute, Marilda de Abreu Araújo, revela que é a primeira vez na história do Município que nenhuma escola adere à paralisação. Ela acredita que a maioria não está conscientizada do que é a perda do piso nacional.

– É muito grave a situação. Esperamos que todos pensem nisso. Nosso trabalho nas escolas continua – disse.

 Ajuda

 O sindicato se reuniu ontem com a mesa diretora da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e com o Ministério Público (MP). O objetivo foi dialogar para que se cumpra o acordo do piso e a Lei Estadual 21.710/15.

A iniciativa de dialogar com outros poderes foi sugerida pelo próprio sindicato diante da ausência de avanços nas negociações. A meta é que os representantes do Legislativo contribuam com os educadores junto ao Governo do Estado.

Até o fechamento desta matéria, por volta das 16h de ontem, nem a reunião de Divinópolis nem a Belo Horizonte haviam começado.

 Continuidade 

A decisão de continuar o movimento por tempo indeterminado ocorreu em assembleia estadual realizada no último dia 15, em Belo Horizonte. Pelo menos até a outra, marcada para o próximo dia 22, também na capital do Estado.

Motivos 

Sem propostas sobre o pagamento do piso salarial, fim do parcelamento dos salários e do 13º salário até o momento, os trabalhadores em educação decidiram deflagrar a greve por tempo indeterminado no dia 8 último. Um dos motivos que levaram os profissionais a entrarem em greve é o não pagamento do piso prometido pelo governador de Minas, Fernando Pimentel (PT).

 

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