PCMG reforça alerta sobre o abandono de animais em tempo de pandemia

Da Redação

Em meio à pandemia do coronavírus, um drama vivido em vários países: o abandono de animais de estimação por medo de contágio pelo Covid-19. Visando prevenir e orientar sobre o tema, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) está lançando a campanha "Não Abandone seu Amigo: Eles não transmitem coronavírus!".

A Organização Mundial de Saúde (OMS) já se pronunciou sobre o assunto ressaltando que, até o momento, não há fundamentação médica ou científica de que cães e gatos possam ser infectados com o vírus ou mesmo que sejam transmissores.

A delegada Carolina Bechelany, titular da Delegacia Especializada em Investigação de Crime contra a Fauna, esclarece que, em Belo Horizonte, ainda não há registros sobre o aumento de casos de abandono de animais por conta do Covid-19, mas a PCMG vem atuando em caráter preventivo, a fim de evitar a desinformação sobre o assunto e o consequente abandono dos pets.

— Nunca é demais lembrar que o abandono de animais pode configurar crime. A falta de informação não é justificativa para o ato, já que, atualmente, dispomos de inúmeras fontes confiáveis para orientação sobre o tema. Não confiem em áudios de Whatsapp ou sites de origem duvidosa. Até o momento, não existe nenhuma comprovação ou evidência científica de que animais domésticos possam contrair ou transmitir o agente Covid- 19. Cuidem dos seus animais — reforça Bechelany.

O abandono de animais pode configurar crime, previsto no artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais (9.605/98), com penas que variam de 3 meses a 1 ano de detenção, além de multa. Minas Gerais dispõe de vários canais de denúncia, entre eles o 181 do Disque-Denúncia, o 190 da Polícia Militar ou o (31) 3212-1356 da Delegacia Especializada em Investigação de Crimes Contra a Fauna da PCMG

Cuidados com os pets

A investigadora do Canil da Polícia Civil, Lídia Mary, ressalta alguns cuidados importantes com os animais de estimação nesse período de quarentena. Ela explica que, caso seja necessário sair com o animal, o proprietário deve optar por passeios curtos, em locais sem aglomeração, evitando contato com outras pessoas e animais. Ao retornarem para casa, utilizar um pano com álcool para a limpeza das patas e dos pelos, principalmente na região do dorso. Se o proprietário optar pelo banho com água e sabão, é imprescindível reforçar a secagem do animal para evitar as dermatopatias.

— Apesar de não ter importância epidemiológica no ciclo de transmissão, a recomendação é que pessoas infectadas evitem contatos com o seus pets, assim como devem evitar contato com outras pessoas. Isso porque, ao espirrar ou tossir, a pessoa infectada pode espalhar partículas com vírus na pelagem do animal — explica a investigadora.

A policial, que também é acadêmica na área de medicina veterinária, ressalta a existência de estudos científicos apontando os inúmeros benefícios dos animal domésticos em tratamentos de saúde, como também em períodos de forte estresse ou ansiedade, auxiliando no alívio dos sintomas dessas enfermidades.

— Abandonar um animal que depende de você é como abandonar uma parte da sua família. Eles precisam da gente, não podem se virar sozinhos. Cuidem de vocês e dos seus pets — finaliza a policial.

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