Paga, Zema

Chega ao fim de mais uma semana. Uma semana marcada pela morte, pela tragédia, pela ganância do homem em Minas Gerais. E não! Os problemas não acabaram, eles estão apenas começando. Enquanto Brumadinho segue na luta para achar seus desaparecidos, o resto do Estado segue na luta para se manter de pé. De pé diante a ganância, diante da má gestão, diante da má administração. Quem luta também diante do caos promovidos pelos engravatados, que desfrutam do ar-condicionado em seus escritórios, são os alunos da rede municipal. Mal começaram a vida e já lutam contra a corrupção, contra a ambição.

Mal começaram a ver o mundo e já lutam para ter um futuro, ou melhor, para ter um futuro digno. Lutam ainda para não ter o seu futuro afetado pela irresponsabilidade de políticos, que brincam de legislar e governar. Minas Gerais luta a todo custo para evitar que as aulas das escolas municipais comecem só depois do carnaval, que neste ano será 5 de março.

A conta é alta, muito alta e, ao que tudo indica, quem vai pagá-la é justamente quem trabalha e mantém todas as mordomias do mundo político. Quem vai pagar esta conta é justamente quem manda, mas não sabe o poder que tem nas mãos. O período político passou, ou melhor, o período “Alice no país das maravilhas”, e desde o dia 1° de janeiro a realidade bateu à porta.

Ao assumir, Romeu Zema (Novo) percebeu que o cotidiano da máquina pública é bem mais complexo e que não daria conta sequer de honrar a promessa de não receber o seu salário como governador, uma vez que não haveria amparo legal para assim proceder. Promessa esta registrada em cartório, mas que valeu apenas para fazer marketing eleitoral. Seu governo completa um mês hoje e Zema já conseguiu deixar pais e alunos alarmados pela possibilidade de as aulas começarem só depois do dia 5 de março, além de milhares de servidores insatisfeitos pela forma como o 13° salário será pago.

É justo e necessário apontar que o governador herdou um Estado quebrado e com um rombo de bilhões de reais.  Porém, existe a realidade concreta e, nela, os pais estão nas portas das prefeituras pedindo simplesmente que as aulas comecem em fevereiro e que o futuro de seus filhos não seja afetado pela incompetência dos engravatados — de ontem e hoje. Culpar os prefeitos por tomarem esta decisão é bater em ponta de faca. A gestão Galileu Machado (MDB) foi clara: se o Zema pagar, tem aula; se não pagar, o jeito é esperar até o carnaval. Engolir goela abaixo.

Impotentes diante a situação, o povo só pode suplicar: “Paga, Zema”. Paga a educação para que as aulas voltem em fevereiro. Ajude seu estado e o Brasil a sair desta ignorância que arrasta todos para a lama. Paga, Zema, para que os jovens sejam o futuro que esta nação tanto merece. Paga, Zema, para que os alunos tenham a oportunidade de crescer na vida e contribuir com este Estado já tão calejado, já tão marcado pela dor e tão sofrido. Os mineiros já não aguentam mais pagar uma conta que não é deles. Os mineiros já não aguentam mais irresponsabilidade e falta de gestão. Paga, Zema, e deixe os meninos terem um futuro digno.

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