Pá pá pá pá pá pá

Editorial

Divinópolis tem vivido dias tensos sob vários aspectos: superlotação de leitos em razão da covid-19, aglomeração através de festas clandestinas tanto do high society que coloca as fotos nas redes sociais sempre dizendo que seguiram as regras das autoridades em Saúde, mas sabemos que não, como os batidões que embora se acredite ser da periferia, na verdade atrai jovens de todas as camadas. Basta se identificar não com carteira de identidade, mas sim “com o que está rolando”. Assim como os bailes funk do Rio de Janeiro que também atrai meninas e meninos do morro e também da Zona Sul.

Pois bem, além dos problemas supracitados, Divinópolis está lidando com outra situação, pessoas respeitadas, formadoras de opinião atirando a esmo, fazendo acusações graves, porém sem dizer exatamente de quem estão falando. Com isso, colocam todos os profissionais da categoria atacada em um só balaio, misturando o trigo e o joio. E é sabido que, quem sai por aí atirando feito metralhadora, tem mais a falar de si do que de outrem, pois tem três dedos apontados para si e, claro, resta abalada sua credibilidade.  Vejamos:

Padre Chrystian Shankar durante uma missa, atacou escolas, professores e uma psicóloga sem dar nomes.  Simplesmente mostrou um inquieto dedo preocupado em atacar sem mostrar a quem se dirigia e, com isso, teve três dedos para si: fotos suas com seus amigos viraram memes, a forma como vive sua sexualidade foi colocada em xeque, vez que foi dito que se esconde atrás da batina, foi chamado de vários outros adjetivos pejorativos e depreciativos e até mesmo o professor Juvenal ao dizer que padres são pedófilos, deixou um dúvida no ar: se essa escória da Igreja Católica Apostólica Romana também está entre nós divinopolitanos. Epa! Argh!

O bispo dom José Carlos Campos que pertence à turma do “deixa disso”, orientou o padre a pedir desculpas às classes ofendidas. E assim, ele fez, mas o estrago já estava feito. Resultado: perdeu vários seguidores.

Após uma notícia sobre vacinas vencidas, o Prefeito Gleidson Azevedo postou um vídeo na sexta-feira chamando a toda imprensa de Divinópolis de corrupta, mentirosa, que assim agem porque não veem dinheiro público mais. E essa não é a primeira vez. Sempre é dito no sentido de que a imprensa está se vingando porque na sua gestão dinheiro público não é utilizado para pagar a imprensa que, segundo ele, só fala bem quando paga, ou seja, é uma imprensa mercantilista. O prefeito até faz comparações com o presidente Jair Bolsonaro que tem a Rede Globo na garganta.  Pois bem, considerando que se trata de uma afirmação grave, devem o presidente Bolsonaro e o prefeito Gleidson Azevedo apontar quem é (são) o (s) corruptor (es) e quem é (são) o (s) corrompido(s) e, claro, com as provas, levar à autoridade competente para a devida investigação e punição para os que mancham a reputação da imprensa que realiza um trabalho sério e presta grandes serviços à população e que é alvo de ataques de toda sorte. Não podemos desprezar que a América Latina é o segundo pior lugar para jornalistas, perdendo apenas para o Oriente, e o Brasil é um dos poucos países do mundo que não está em guerra, mas está entre os que mais mata jornalistas. Aliás, segundo o Repórteres Sem Fronteiras (RSF) e a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) em 2020, 68% dos jornalistas mortos eram de países sem guerra e 32% dos países em guerra.

Assim, é preciso dar nomes, tomar providências, pois agir diferente é prevaricar, crime também previsto no Código Penal, assim como a corrupção, seja ela, passiva ou ativa. É preciso lembrar que a imunidade parlamentar é direito de parlamentares e não é absoluta, principalmente para vereadores que também se acham no direito de usar e abusar da dita cuja.  Eles, os edis, também precisam dar nomes aos bois, ou melhor dizendo, às maçãs podres.  E quanto aos prefeitos, a imunidade não os alcança, ou seja, possuem foro privilegiado, mas não imunidade.  Então deve o prefeito dar nomes ou então um dos três dedos já estará apontando para ele, no caso, crime de prevaricação, previsto no artigo 319 do Código Penal e cuja pena vai de três meses a um ano de detenção. Que não venham os outros.

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