Os desafios de se investir no mercado imobiliário

Felipe Souto

A pandemia da covid-19 pegou todo mundo de surpresa, impactando diversos setores empresariais e com o imobiliário não foi diferente. A CNN Brasil, um dos maiores canais de televisão brasileira, realizou uma pesquisa com especialistas em que 86% disseram que tiveram que adiar a decisão de comprar ou locar um imóvel. Além disso, 54% dos profissionais afirmaram que houve um aumento no número de cancelamentos de vendas desde o início da quarentena.

A boa notícia é que nenhuma tempestade dura para sempre. O que temos visto nos últimos meses é que o ramo imobiliário brasileiro tem passado por um processo de transformação que ocasionou uma redução dos juros para financiamento, permitindo um aumento, por parte das pessoas, na busca pela casa própria e também uma alta demanda de novos investidores por ofertas de produtos por meio da modalidade de dívida ou equity, já que o segmento de imóveis aos poucos vem demonstrando sua resiliência na economia.

No mercado de investimentos alternativos, esse setor pode ser considerado como um dos mais seguros, uma vez que não sofrem com a volatilidade da bolsa de valores. Vale lembrar que o maior desafio de investir em imóveis está em encontrar projetos de fácil acesso e entendimento comum. Algumas fintechs especializadas em crowdfunding estão aí para sanar esse problema, permitindo que os empreendedores tenham acesso a oportunidades seguras e diversificadas.

Atualmente, há alguns riscos no investimento imobiliário aqui no Brasil, principalmente levando em consideração as imprevisibilidades fiscais e políticas. Ainda é preciso melhorar a previsibilidade no médio e longo prazo, pois os projetos levam um certo tempo para serem desenvolvidos. Porém, empresários atuantes conseguem encarar essas incertezas com mais naturalidade, considerando variações em cenários macroeconômicos futuros para que não tenha nenhum tipo de contratempo.

Para quem ainda não conhece a captação alternativa, afirmo que devido à grande inovação tecnológica e regulatória, o mercado imobiliário vislumbra crescimento. Isso porque as pessoas de modo geral passaram a valorizar mais os seus lares, utilizando o espaço como lugar para trabalhar e exercer suas atividades. E foi durante a pandemia que surgiu uma nova experiência de moradia, sem nenhuma burocracia de apartamentos compartilhados, como é o caso da Yuca. A empresa já realizou três rodadas de captação, totalizando aproximadamente R$ 5 milhões, buscando rentabilidade alvo na faixa de 18.40% ao ano, o que equivale a quase 1.000% do CDI.

Até pouco tempo atrás, acessar essa classe era algo exclusivo a quem tinha grandes fortunas. Porém, com a regulamentação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que permitiu a atuação das crowdfundings de investimentos no país, esse cenário mudou, impactado positivamente pelo coronavírus. Eu desejo que os empreendedores que estão buscando diversificação passem a ficar de olho também nessa categoria, já que o mercado tem mostrado diversas oportunidades positivas.

 

Felipe Souto é CEO de uma plataforma pioneira em investimentos alternativos no Brasil

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