Oportunidade única

Editorial 

Pouco menos de 30 dias, para ser mais exatos, 25 dias. Este é o tempo que falta para Divinópolis conhecer o seu futuro prefeito ou prefeita, e os 17 membros do Legislativo. A partir daí, já terá uma noção de qual caminho a cidade vai tomar nos próximos quatro anos. Este também é o prazo que o eleitor tem para escolher em quem votar, estudar, pensar bem, para depois não se arrepender. Sim, é difícil falar em estudar, analisar, pensa bem, quando o eleitorado é formado por 45% de eleitores que não têm o segundo grau completo, 1% é analfabeto, 3% só leem e escrevem, e 28% têm ensino médio completo, ou seja, não tiveram acesso à educação com qualidade, mas é necessário, primordial, questão até mesmo de vida ou morte, pois não se sabe bem o que esperar de 2021, no momento em que muitos chamam de “pós-pandemia”. 

E, como afirmam especialistas, serão necessários bons gestores para as cidades não irem à falência e a economia não estagnar de vez. Justamente por uma coisa estar ligada a outras ‒ como arrecadação, investimentos em educação, saúde e segurança pública ‒ que Divinópolis encontra-se entre a “cruz e a espada”. De um lado, nove candidatos à Prefeitura, nove pessoas querendo assumir o poder e, para isso, prometendo até mesmo a “lua” aos eleitores. De outro, um eleitorado sem acesso à educação e com a missão de mudar Divinópolis nos próximos quatro anos. Parece que a conta não fecha, mas, com jeitinho, acesso à informação e um “pouco” de pensamento crítico, vai sim! Mas como fechar esta conta? Com a ajuda da – tão crucificada – imprensa. 

Neste ano vários veículos de comunicação farão debates entre os candidatos, trazendo uma oportunidade única para os eleitores estudarem um a um. O primeiro foi realizado pela TV Alterosa, na semana passada o promotor foi o Sindicato Rural, e já deu para se ter uma noção do perfil de cada candidato, o que pensa, e também das promessas que foram feitas. Apesar de já ser comprovado que países democráticos com sistema de ensino de qualidade escolhem melhor seus representantes, talvez o eleitorado divinopolitano – que tem, em sua maior parte, baixa escolaridade – possa fazer suas escolhas de forma um pouco mais consciente, estando atento às promessas que estão sendo feitas. 

Nestes dois primeiros debates já deu para perceber que algumas dessas promessas não terão como ser resolvidas, pelo simples fato de Divinópolis não enquadrar no perfil de cidade devido ao seu número de habitantes. Outras não poderão ser cumpridas, pois dependem do apoio da União e/ou do Governo do Estado. E é a partir daí que o eleitorado deve fazer sua análise e escolha, pois, apesar de muitas promessas serem impossíveis de serem cumpridas – como a cidade ter quatro UPAs –, alguns candidatos ainda insistem em fazê-las, mesmo pregando o discurso da renovação. 

Talvez este seja um sonho que será realizado só quando o país tiver educação de qualidade, e mais pessoas tenham acesso, mas dá para começar com pequenos passos. Atentando-se às promessas, e perguntando (a si mesmo, ou para outras pessoas) “Divinópolis pode ter isso?”, as eleições podem trazer um fio de esperança para esta população que já está mais do que cansada de ser enganada! Para não ser enganado de novo é simples: basta pensar e questionar. 

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