Onde estão os black blocs..

CREPÚSCULO DA LEI – ANO III – CXI

 

ONDE ESTÃO OS BLACK BLOCS?

 

Enquanto a grande mídia continua mantendo o Brasil sequestrado dentro de uma caverna, de costas para a entrada e voltado para as rochas do fundo onde sombras da realidade são projetadas pela (mesma) elite criminosa que o aprisiona, lá fora a luz da verdade esclarece um mundo real bem diferente ( conferir PLATÃO, A REPÚBLICA).

Depois do The New York Times – edição de 09 de fevereiro – publicar os horrores judiciários da operação Lava-Jato envolvendo prisões ilegais, grampeamentos abusivos até contra escritórios de advocacia, bem como negociatas com o estrangeiro sem permissão ou conhecimento do Congresso, tudo no maior escândalo judiciário do planeta, agora é a vez do jornal francês  Le Monde –edição de 10 de março – esclarecer como a tal força tarefa não passou de um grupos de “peões” no tabuleiro americano de controle e exploração da América latina e Brasil (conferir VAZA – JATO).

O texto do jornal francês é assinado por Nicolas Bourcier e Gaspard Estrada e fala de como os EUA, a CIA e o FBI deram início ao recrutamento de “agentes ideológicos de colaboração” - para não parecerem peões – no ano de 2007, já que o Brasil não se mostrava devidamente subserviente aos interesses americanos, pois tentava um novo caminho para sua expansão global, passando por parcerias regionais.

Conforme o Le Monde, naquele mesmo ano – 2007 – um juiz “Sergio Moro, foi convidado a participar de um encontro financiado pelo departamento de estado dos EUA”. Claro que o convite foi aceito e foi ali que ele teve contato com representantes do FBI e do próprio DOJ – Departament of Justice. 

A profa. Marilena Chauí (USP) já havia mencionado sobre as relações desse Moro com os EUA, mas a mídia não deu ouvidos a ela. Nessas relações de agenciamento a cartilha é sempre a mesma, ou seja, com refinadas técnicas de corrupção o discurso americano é de “combate à corrupção” (?), nem que para isso tenha que praticar toda a sorte de corrupção ou violência mundo afora, o mesmo tipo de corrupção que, praticado em solo americano, ocasionaria prisão perpétua dos envolvidos.

A embaixada americana, segundo o Le Monde, continuou agenciando “especialistas” locais que pudessem defender seus interesses, ou seja, movimentando seus “peões”. Assim que foi criado um posto de “conselheiro jurídico” (?) na embaixada brasileira, cargo que foi inicialmente ocupado pela americana karine Moreno-Taxman.  Também foi criado um tal “projeto Pontes” para disseminar trabalhos “anticorrupção”, favoráveis ao trabalho de corrupção americana em andamento.

Em 2009 foi realizada a conferência anual dos agentes da Polícia Federal, em Fortaleza. Foi lá que a americana Karine ensinou: “Para que o judiciário possa condenar alguém por corrupção, é preciso que o povo odeie essa pessoa”, ou seja: “A própria sociedade deve exigir sua condenação”. O governo brasileiro da época não foi capaz de enxergar o monstro que estava sendo criado debaixo do seu próprio nariz.  De acordo com o Le Monde a polícia federal recebeu ajuda econômica dos EUA. 

Em 2012, Sérgio Moro foi nomeado para integrar o gabinete de Rosa Weber, indicada ao STF e, com orientação de Moro, vieram os votos para “flexibilizar” (?) a necessidade de provas em caso de corrupção, linha mestra para acusar e prender pessoas que seriam utilizadas na lava-jato.

Em 2013, quando o congresso brasileiro votava a lei “anticorrupção”, os parlamentares foram pressionados “internacionalmente” a incorporar mecanismos americanos que possibilitariam os EUA a investigar e punir fatos ocorridos em outros países – como Brasil.

Ainda conforme o texto do Le Monde, naquele mesmo ano viria ao Brasil um procurador americano chamado James Cole para instruir os procuradores brasileiros sobre a aplicação desses “novos mecanismos” de combate à corrupção, inventados pela corrupção americana.

Estava deflagrado o castigo midiático contra o governo da época, perseguido aos níveis mais imorais que se tem conhecimento. Estava aberta a temporada de vale-tudo contra um governo que, em 2014, registrou o menor índice de desigualdade social da história. Assim foi financiado pela elite o MBL -  Brasil Livre, o “Vem Pra Rua”, “Black Blocs” e outros embustes.

Ao final, todo mundo sabe no que deu: um impeachment televisionado em pleno domingo, com corruptos cidadãos “de bem” votando a favor da corrupção total, dizendo que Moro era o “segundo filho de Deus” (...), pedindo a volta da ditadura e outras bravatas que deixarão as gerações futuras estarrecidas.  Claro que os bilionários brasileiros festejaram o êxito. Aliás, as cinco famílias que mandam no país estão em festa até hoje. 

Enquanto isso, o País assiste inerte ao desmonte do resto dos mecanismos anticorrupção ainda existentes e, por outro lado, a classe vulnerável está mais pobre do que nunca, mais desempregada, mais desamparada e sobram mortes, mas... Quem sabe com uma clemência das forças cósmicas a “lei do pêndulo” prevaleça?

 

 

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