Obras da Copasa são fiscalizadas

 

Matheus Augusto

A Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais (Arsae-MG) terminou ontem a fiscalização das vias em Divinópolis com obras inacabadas da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa). Após dois dias de inspeções, a Arsae agora tem o prazo de 30 dias para elaborar os relatórios.

Os primeiros bairros a receberem a visita dos fiscais foram Quintino, Candelária e Lagoa dos Mandarins, nesta segunda-feira, 29. Jardinópolis, Santos Dumont, Padre Eustáquio e Lagoa dos Mandarins foram vistoriados ontem.

A Prefeitura informou que deve publicar, nos próximos dias, um decreto para a reativação do conselho social de acompanhamento das obras da Copasa na cidade.

Fiscalização

Presente durante a fiscalização dos agentes, o vereador Eduardo Print Júnior (Solidariedade) declarou que essa situação não pode ser tolerada.

— Precisamos dar um basta nesse descaso que a Copasa vem tendo com Divinópolis. A recomposição asfáltica, quando há, é com material de baixa qualidade. E isso é uma constatação da Arsae, e não um “achismo” meu — destacou Eduardo.

Apesar de ainda aguardar o relatório a agência, o edil declarou que foram registradas diversas irregularidades nas obras da Copasa.

— Detectamos as falhas e as irresponsabilidades que a Copasa vem trazendo para Divinópolis. Hoje, nós consideramos isso como uma vitória, pois foi uma das poucas vezes em que a Arsae ouviu os vereadores e veio participar [da fiscalização]. Foi detectado que a empresa presta um péssimo serviço para o município — afirmou.

O vereador Sargento Elton (Patriota), que presidiu a Comissão de Inquérito Parlamento (CPI) da Copasa, também acompanhou o trabalho dos agentes e afirmou, durante a reunião de ontem na Câmara, que foram detectadas irregularidades.

— Os técnicos da Arsae vieram fiscalizar esta empresa que faz trilho de cobra na cidade de Divinópolis. Onde tem o trilho de cobra da Copasa há buraco, não existe respeito aos divinopolitanos. Fomos às ETE’s [Estação de Tratamento de Esgoto], às fossas gigantes de Divinópolis, às ruas esburacadas e conseguimos comprovar várias irregularidades — destacou o Sargento.

Um das falhas, segundo o Sargento, é uma fossa depois do bairro Nossa Senhora das Graças e antes do Terra Azul, que estaria vazando e contaminando uma mina. O edil ainda ressaltou que “está na hora de tomar uma atitude severa” e disse esperar que a Copasa “ande corretamente”.

— O que não pode mais são os divinopolitanos pagarem um preço que não é deles — destacou o vereador na tribuna.

Pitangui

Um dos principais alvos de reclamação por parte de moradores e comerciantes, a rua Pitangui foi vistoriada pelos fiscais da Arsae na segunda-feira.

— Provavelmente é a obra mais absurda que vamos ver da Copasa, devido às consequências. Além de deixar a rua totalmente intransitável, deixou dezenas de pessoas sem emprego — afirmou o vereador.

A Copasa informou que as obras para recomposição asfáltica na rua Pitangui estão em fase final de execução. O próximo passo será a limpeza da via. A expectativa é que o trânsito já esteja liberado na região no próximo sábado, 4.

Pedido

A fiscalização das vias em Divinópolis com obras da Copasa foi determinada após encontro dos vereadores Eduardo Print Júnior (SD) e Sargento Elton (Patriota), e o deputado estadual Cleitinho Azevedo (PPS) com a cúpula da Arsae. Durante a reunião, foram apresentados vídeos e fotos expondo a situação de coleta e tratamento de esgoto e dos buracos nas vias.

Segundo Print, a fiscalização da Arsae é resultado das diversas críticas aos serviços prestados pela empresa.

— A vinda da Arsae demonstra a insatisfação da população Divinopolitana com o serviço prestado pela Copasa. Visitamos hoje [ontem] bairros de diferentes pontos da cidade, e vimos problemas diversos, como rede de esgoto aberta e falta de abastecimento de água para as casas. No bairro Padre Eustáquio, os moradores organizaram uma justa manifestação para que a Arsae tivesse conhecimento real do panorama em Divinópolis — destacou o vereador.

Sobre a decisão da Arsae de fiscalizar as obras, a Copasa, em nota enviada ao Agora na última semana, declarou estar “preparada para atender às solicitações do órgão”.

 Arsae

A Arsae informou que essa primeira fase, com a presença dos agentes fiscalizadores, é para o levantamento de dados. A inspeção continua, e os documentos a serem enviados pela Copasa serão analisados para integrarem os arquivos. A entidade fiscalizou toda a prestação de serviço na cidade.

A agência informou que um novo cronograma deve ser enviado à Copasa, estabelecendo novos prazos para a conclusão das obras.

— As obras e investimentos fazem parte dos itens fiscalizados e ainda será enviado pela Copasa o cronograma atualizado, previsto para todas elas — informou.

O gerente de Fiscalização Operacional da Arsae, Henrique Barcelos, afirmou que o mais provável é a criação de um plano de ação para a resolução das irregularidades encontradas.

— Vamos elaborar os relatórios contendo o resumo de todos os dados para providências da diretoria da Arsae. Caso seja detectada a “não prestação de serviços” em algum ponto, a Arsae pode até determinar a suspensão da cobrança em algumas áreas, mas é preciso avaliar mais profundamente. É mais provável que após os relatórios e reunião entre Arsae, Prefeitura e Copasa, seja definido um plano de ação efetivo para a solução dos problemas encontrados — informou o gerente.

Ainda segundo Henrique, a questão relativa às obras atrasadas pode ser resolvida em acordo com a Copasa.

— As irregularidades nas obras, especialmente quanto aos prazos, são passíveis de alinhamento com a Prefeitura, que é a titular do contrato. A Arsae identificou “não-conformidades” quanto à prestação dos serviços e serão apontadas nos relatórios — destacou.

A Arsae também se encontrou com a Copasa, em reunião na tarde de ontem, para solicitar “esclarecimentos e para pedir mais informações, importantes para elaboração dos relatórios”. 

 

 

 

 

 

 

 

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