O que e quanto vale?

Editorial 

Quanto e o que vale uma Mesa Diretora no Poder Legislativo? Pelo menos por aqui parece valer muito, vale tudo, vale qualquer coisa. A verdade é que os vereadores eleitos ainda nem foram empossados, mas já se movimentam há mais de duas semanas rumo à Presidência da Câmara. O assunto já tomou conta da política divinopolitana momentos após o novo cenário político ter sido formado. A entrevista memorável do vereador reeleito Roger Viegas (Republicanos) para a rádio Minas, na noite do dia 15 de novembro, foi a prova disso. O parlamentar pediu o apoio do irmão do deputado Cleitinho Azevedo (CDN), Eduardo Azevedo (PSC). Durante a entrevista, o vereador do Republicanos deu sinais de que a disputa mais uma vez será tensa. 

Até o momento não há nenhuma chapa confirmada, o que deve ocorrer nos próximos dias. O que se sabe dos bastidores é que pelo menos dois vereadores estão confiantes em ocupar o cargo nos próximos dois anos. Enganam-se aqueles que pensam que o dever como cidadão acabou no dia 15 de novembro. Ainda há muito para ser fiscalizado e cobrado pelos eleitores. Alguns não devem se lembrar, mas a eleição da Mesa Diretora em 2017 foi marcada por traição e muita confusão. Duas chapas participaram da disputa, e a encabeçada por Adair Otaviano (MDB) ganhou por um voto de diferença. A história foi mais ou menos assim: o vereador Rodrigo Kaboja (PSD) “criou” uma chapa encabeçada pelo ex-vereador Sargento Elton (Patriota), mas, no último minuto, votou na chapa de Adair Otaviano, o que rendeu a Kaboja o título de traidor. Questionado à época se teria traído os colegas, o parlamentar se limitou a dizer que havia mudado o seu voto pois Adair tinha mais experiência que Sargento Elton, que era “novato”. 

Por pouco a situação não chegou ao extremo da agressão física, pois a vitória de Elton era dada como certa. E aí, a pergunta que não quer calar: o que a Mesa Diretora tem? Talvez seja até inocência perguntar, mas os interesses dos divinopolitanos estão envolvidos nisso? Diante tanto entusiasmo dos vereadores – alguns novatos – na busca pela presidência, só nos resta esperar que a próxima legislatura não seja um vexame como a atual, pois tudo indica que o caminho que será percorrido até a Presidência será o mesmo de 2017. E, se o percurso for o mesmo, os interesses dos divinopolitanos não estão em primeiro lugar e, se não estão em primeiro lugar, os parlamentares mais uma vez legislarão em causa própria. Ou seja, o poder subirá à cabeça e o egoísmo vai imperar mais uma vez.

Dia 1º de janeiro será o dia que a população poderá tirar as suas próprias conclusões e ver se o Poder Legislativo trabalhará em prol do povo ou de si mesmo. E vai ser a partir destas conclusões que a população deverá tomar uma postura, pois deixar a coisa “correr solta” não vai dar mais. Só para ressaltar: Divinópolis não se resume a uma Mesa Diretora. 

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