O plano

Editorial

Para tudo dar certo nesta vida é necessário um plano, muito bem elaborado, muito bem articulado. Um projeto em que cada detalhe e passo sejam meticulosamente pensados. Mas, para que este esquema dê certo, é preciso que pessoas comprometidas estejam envolvidas nele. Pois, ao sinal de um pequeno deslize, tudo pode ir por água abaixo. Além de comprometimento, é sucinto que pessoas inteligentes estejam envolvidas na execução deste esquema, senão, o risco de dar errado também é grande. O prefeito Galileu Machado (MDB) voltou ao Executivo Municipal depois de 12 anos afastado e de três tentativas frustradas de retornar ao cargo. Muita gente não deve se lembrar, mas Galileu deixou a Prefeitura de Divinópolis, em 2002, com índice altíssimo de insatisfação dos divinopolitanos e de grande parte dos servidores municipais, que amargaram sucessivos atrasos de salário.

O emedebista passou o cargo para Demetrius Arantes, que até ia bem como prefeito, mas se envolveu em vários escândalos e chegou a ser preso pela Polícia Federal (o que foi até notícia em nível nacional). Diante disso, chegou a vez da ascensão de Vladimir Azevedo (PSDB). O ex-prefeito era “cria” de Domingos Sávio (PSDB) e se destacava cada vez mais na Câmara. Seu desempenho como vereador e como presidente do Legislativo fez história na cidade. Diante da trajetória de sucesso do tucano, ele foi eleito pela primeira vez em 2008, iniciando sua gestão em 2009. É fato que a administração de Azevedo foi marcada por muitas polêmicas. Das obras que ele começou em parceria com o Governo do Estado (Hospital Público Regional, Estação de Tratamento de Esgoto e duplicação da MG-050), nenhuma passou de um “sonho de verão”. Todas são investigadas pelo Ministério Público (MP) devido aos atrasos e aditivos.

Além das obras gigantescas que não passaram de um sonho, Vladimir teve a audácia de construir um Centro Administrativo, que também é investigado, e sequer cumpriu o seu papel de reduzir os gastos do Município com aluguel. E desta forma, mesmo assim, o tucano conseguiu sua histórica reeleição em 2012. Mas, houve quem dissesse por aí que Vladimir governava apenas para os ricos, deixando os pobres e as periferias de Divinópolis de lado, o que deu brecha para que Galileu fizesse o seu retorno triunfal. Mais de 54 mil votos foi o que o Machado. Votação histórica. Uma pena, pois o atual prefeito achou que iria encontrar a mesma Prefeitura, o mesmo povo que havia deixado lá atrás, em 2002. Blindou-se no “alto na avenida Paraná” e escolheu peças que não deram conta de executar o seu plano. Ou até deram, mas o projeto não era bom o suficiente.

O resultado de tudo isso? Vários pedidos de impeachment e, enfim, uma solicitação que teve sucesso e está em andamento. O plano agora nada mais é do que seguir com a investigação, para dar a sorte de ter a maioria qualificada na próxima votação e, assim, terminar o seu mandato. Talvez tenham faltado algumas peças importantes nesse projeto, talvez o esquema fosse bom, talvez não, mas é fato que o determinante agora, para que o prefeito termine sua gestão, são as pessoas que estão executando seu plano. Se uma peça deslizar, tudo pode ruir, mais uma vez!

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