O pessimismo faz mal à saúde e aos negócios

Ômar Souki 

Martin Seligman, pesquisador do otimismo nos Estados Unidos e autor do livro Aprenda a ser otimista (Editora Record), realizou um levantamento dos principais estudos que relacionam pessimismo com doença. Veja a seguir como o pessimismo pode ser péssimo para a sua saúde e, por isso mesmo, ter efeitos desastrosos em seus negócios.

Chris Peterson, professor de psicologia da Universidade de Virginia, nos Estados Unidos, na década de 80 do século passado, examinou os efeitos do pessimismo em sua turma de 150 alunos. Por meio da aplicação de um questionário, separou otimistas de pessimistas, e no ano seguinte verificou o número de visitas médicas realizadas por um grupo e por outro. Os pessimistas tiveram duas vezes mais doenças infecciosas e foram ao médico duas vezes mais do que os otimistas.

Estudos ingleses relativos ao câncer de mama detectaram que as mulheres que não tiveram recaída foram as que reagiram ao diagnóstico com espírito de luta. As que morreram ou tiveram recaída foram as que receberam a notícia com abatimento e resignação.  Nos Estados Unidos, foi feita uma pesquisa com mulheres acometidas de câncer de mama pela segunda vez. Uma sobrevivência longa nesses casos é rara, mas as mulheres que viveram por mais tempo foram justamente aquelas que demonstraram maior alegria de viver e que apresentavam uma atitude otimista.

Estudos realizados por Seligman, Leslie Kamen da Universidade da Pensilvânia e Judy Rodin, da Universidade de Yale, mostram que as pessoas otimistas têm melhor atividade imunológica do que as pessimistas. A pesquisa demonstrou que o pessimismo diminui a atividade imunológica. Foi verificado que, em estados pessimistas e depressivos, o sistema imunológico se desliga automaticamente, abrindo a porta para todo tipo de enfermidades. Foi também observado que o pessimismo e a depressão estão intimamente ligados, sendo que indivíduos pessimistas ficam deprimidos com mais facilidade.

O estado psicológico da pessoa tem influência direta em sua resposta imunológica. Uma consequência lógica é que o pessimismo também faz mal para os negócios, pois pessoas pessimistas têm menos tempo para se dedicar ao trabalho, pois passam mais tempo doentes. Com isso, perdem preciosas vantagens competitivas que dependem da energia, do entusiasmo e do bom ânimo com relação às suas atividades profissionais.

Apesar da constatação científica de que é melhor ser otimista do que pessimista, alguns profissionais ainda insistem que o otimismo pode ser perigoso: “Se fico otimista demais, logo procuro me acalmar, pois posso me desiludir”; “pensar positivo é enganar-se a si mesmo”; “o otimismo pode cegar as pessoas e não deixar que vejam a realidade”. São pessoas que focam mais os problemas e os defeitos dos outros, passando por cima dos aspectos positivos de qualquer situação. Em geral, vivem mal-humorados e são de difícil convivência. Você gostaria de trabalhar com alguém assim?

Quando essas pessoas são avaliadas, só se fixam nos comentários negativos do chefe e praticamente ignoram os positivos. Têm também o péssimo hábito de enfraquecer situações nitidamente favoráveis, com comentários negativos: “Sim, sou competente no meu emprego, mas minha família nem liga para isso”. Outra forma de fomentar a amargura e a tristeza são as leituras pessimistas do que os outros estão pensando: “Eu sei que meu chefe não gosta muito de mim”, “sei que vou levar um chute de minha namorada”.

Não é fácil conviver com os pessimistas, pois eles podem minar o moral da equipe. Quando tudo está indo bem, eles fazem algum comentário sobre algo que “poderia” acontecer: “Toda essa felicidade vai durar pouco, pois as bolsas estão de mal a pior”, “aproveitem desse sucesso, pois tudo passa rapinho”. Enfim, os pessimistas são aqueles que se especializam em jogar baldes de água fria nas pessoas que sonham alto, que sonham muito e que se lançam em direção às estrelas. Evite-os!!!

Comentários