O livro na educação da humanidade – 2ª Parte

Logosofia 

(continuação da edição de 12/02/2020)

Considerando que há três classes de leitores, verificamos que neles se produzem curiosas variações quanto ao que extraem dos livros. A primeira inclui os que leem um livro com verdadeiro interesse, sem nenhuma prevenção, buscando em suas páginas a agradável sensação de compreender o pensamento do autor. Essa classe de leitores costuma dialogar mentalmente com o autor, completando muitas imagens que não foram totalmente desenhadas ou que foram palidamente refletidas.

O que sabe ler e valoriza o esforço e o pensamento exposto numa obra se interessa vivamente pelas passagens de positivo valor, passando sem se deter por aquelas que, por carecerem de mérito, não chegam a despertar atenção. O mesmo ocorre quando se contemplam paisagens que, ao oferecerem motivos justificados para extasiar o espírito, convidam a admirá-las; ao contrário, passa-se com indiferença pelos pontos áridos ou carentes de atração. 

A segunda classe de leitores compreende os que mostram gosto pela leitura, mas que, por carecerem de capacidade suficiente de educação e de vontade, leem sem a devida atenção. Há ainda aqueles que, mesmo possuindo vasta ilustração e inteligência, leem aos saltos, folheando os livros sem se preocuparem com o ordenamento das ideias. Tomadas as páginas ao acaso, geralmente se lê e se julga por elas o conteúdo total de uma obra, o que não deveria acontecer com os livros cujos temas assinalam rumos ou guardam motivos valiosos e de profundo interesse para o pensamento dos leitores. É provável que a época em que vivemos tenha influído muito para que se leia aos saltos, pois parece não existir mais a tranquilidade que a leitura das grandes obras requer.

O certo é que sempre encontramos nos livros algo para adicionar ao nosso conhecimento, e é desse interesse por esquadrinhar todas as coisas consideradas de valor para aumentar o saber pessoal que surge a necessidade de superar as condições e as possibilidades de aperfeiçoamento individual.

O terceiro caso agrupa os leitores que só vão aos livros e aos textos de grande difusão, nem sempre muito bem recomendados. Referimo-nos às obras passionais e às que difundem determinadas ideologias. 

Se considerarmos que, para as pessoas de pouca ilustração, tudo o que aparece escrito é verdade, fácil será compreender como podem ser danificadas suas mentes ao fazerem uso dessa literatura perniciosa, que tão caro custa, já que é muito difícil de ser extirpada da mente dos tantos que admitem tudo o que leem, por não terem a capacidade necessária para discernir o bom do mau, o justo do injusto e o conveniente do inconveniente.

A missão do livro na educação da humanidade é grande e respeitável; por isso, cabe esperar que, no futuro, ele vá se impondo como uma necessidade que a todos diz respeito por igual. É o livro o veículo que, conservando o pensamento nele exposto, permite que as gerações possam nutrir-se, servindo assim aos fins da civilização e ao progresso cultural do mundo. (Por Carlos Bernardo González Pecotche – Raumsol – Texto extraído da Coleção Revista Logosofia, tomo 1, pág.191.)

Para saber mais sobre este assunto, procure a Fundação Logosófica em Prol da Superação Humana, uma instituição particular de utilidade pública, com finalidades exclusivamente educacionais e culturais, e tem como objetivo principal a divulgação e o estudo da logosofia.

Mais informações: www.logosofia.org.br. Em Divinópolis, ligue para (37) 3222-0390, das 13h às 21h.

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