O jornalismo respira

Editorial

Há esperanças para o jornalismo. Há esperanças para a liberdade de imprensa. Nos últimos tempos, os profissionais da comunicação têm sido atacados de todas as formas e de vários lados. Ataques gratuitos, chulos. E muitos destes têm partido de políticos, que não aceitam a verdade, muito menos as críticas. Políticos que ainda querem que o sistema coronelista reine no Brasil. Os que usam o seu cargo para intimidar, para tentar calar. Foi em 1988, depois de 24 anos sendo calada, censurada, que a imprensa ganhou a sua liberdade, com o artigo 220 da Constituição Federal, que diz: “A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição. § 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV. § 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística”.

Apesar de a Carta Magna dar ao jornalista a liberdade de perguntar, escrever, criticar, denunciar, apesar de esse direito ter sido dado aos jornalistas há 31 anos, muitos políticos ainda não aceitam e tentam cercear, usurpar, este direito que foi conquistado a duras penas. E, por mais que muitos brasileiros ainda não aceitem a liberdade de imprensa, a liberdade de expressão existe e se mantém firme, lutando todos os dias pela sua existência. E, por mais que muitos brasileiros não aceitem, eles precisam do jornalismo, do bom jornalismo, do jornalismo sério, do jornalismo profissional para se manterem informados. É a partir deste bom jornalismo que a população sabe o que acontece em sua cidade, em seu estado, no país. E quando um jornalista, um veículo de comunicação tenta ser calado por um político, é porque ele está no caminho certo; é porque ele mexeu na ferida, foi certeiro. Já dizia o ditado, “Quem não deve não teme”.

Divinópolis tem pelo menos três no exercício de sua função como vereador que tentam calar a imprensa. Basta uma crítica para que o judiciário seja acionado. Uma pequena pergunta para que ele extrapole todos os limites de respeito e ainda exija retratação. Diante desta situação, o único conselho para o povo é: desconfie de boas intenções que lotam o inferno todos os dias. Desconfiem dos discursos moralmente perfeitos. Desconfiem sempre daqueles que usam o seu cargo para tentar intimidar um jornalista. Pois, por mais que o jornalismo não seja perfeito, ele é um dos guardiões da democracia. É o jornalismo que dá voz ao povo esquecido pelo poder público. É o jornalismo que escancara a verdade que tentam esconder. É o jornalismo que hoje representa mais o povo, do que os próprios políticos. Viva a liberdade de imprensa.

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