O império da politicalha

Augusto Fidelis

Para Ruy Barbosa, a Política é a arte de gerir o Estado e educar os povos no conhecimento de si mesmo. Um conceito lindo para algo totalmente abstrato no nosso meio, porque no Brasil quem impera é a politicalha, mais comumente traduzida por politicagem, sendo que o mais correto seria roubalheira. As exceções são possíveis, mas o que os políticos fazem diuturnamente é roubar da nação.

É verdade que no Brasil sempre se roubou dos cofres públicos, mas havia um pouco de parcimônia na gatunagem. Com a chegada ao poder da chamada esquerda, a parcimônia foi para o saco. Há aqueles que negam que a esquerda é capaz disso, pois a sua luta é tirar dos ricos e dar aos pobres. Lamentavelmente, são muitos os defensores dessa ideia, seja por ignorância ou conveniência.

Inclusive, há muitos religiosos que defendem os malfeitos dos mandatários esquerdistas sob a alegação de que essa gente abriu as portas da sala de banquete para que os pobres pudessem apanhar as migalhas caídas no chão, através do bolsa isso, do bolsa aquilo, como um cumprimento dos preceitos evangélicos. Ora, Jesus disse a um certo ricaço da sua época: “Quando você oferecer um banquete, convide os pobres, coxos e aleijados, e não aqueles que podem lhe oferecer o mesmo”.

Jesus recomendou que fossem convidados os pobres para sentarem-se à mesa e não para pegar as migalhas que caem ao chão. Essas migalhas têm outro destino: os cães. Nesse contexto, até a universidade foi nivelada por baixo. Em vez de se investir maciçamente no ensino fundamental e médio, para que todos cheguem ao curso superior em pé de igualdade, criou-se cotas para negros, índios e assemelhados. Com isso, é crescente o número de cidadãos diplomados, mas sem emprego, porque falta o principal: conhecimento.

Inspirados na ditadura dos irmãos Castro, por mais de 50 anos em Cuba, o Brasil de Lula e Dilma; a Venezuela de Hugo Chaves e Nicolas Maduro; a Bolívia de Evo Morales; a Argentina de Cristina Kirchner, esses países dão um passo para frente e dois para trás. De início, aparentemente, até houve algum progresso, pois havia a ilusão de que mais migalhas caíam da mesa. Tudo não passava de uma bolha. Ao arrebentar-se, dentro só havia descalabro, malfeitos e podridão.

No Brasil, até doenças que pareciam erradicadas, como sarampo, tuberculose e sífilis, voltaram com força total. Em contrapartida, o serviço de saúde cada vez mais sucateado. Enquanto isso, os políticos continuam as negociações por mais privilégios. Quanto à nação, ora, a nação que se dane!

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