O hospital público: grande eleitor

Bob Clementino

Desde a reeleição do ex-prefeito Vladimir Azevedo, em 2012, terminar e colocar em funcionamento o hospital público é a promessa de todos os candidatos a prefeito de Divinópolis. E como até hoje ele não foi finalizado, vai continuar sendo o grande eleitor das eleições de 2020. Mas, cansado de ser enganado, o eleitor não vai cair em qualquer promessa que não seja factível, viável e fazível e que convença o governador Zema (Novo) terminar o "nosso" hospital.

Vale pode terminar o hospital público 

O vice-prefeito, Rinaldo Valério (PSC), desde sua posse, está articulando politicamente com o governo Zema para que o Estado termine e coloque em funcionamento o hospital público. Mas era uma luta inglória porque Zema recebeu o Estado falido. No entanto, em janeiro, Rinaldo – que é médico – disse em primeira mão que a Vale estava em negociação com o governo Zema para terminar o hospital público de Divinópolis. A empresa Vale propôs a Zema terminar os hospitais públicos cujas construções estavam paradas, como compensação pelos prejuízos causados ao Estado, quando houve o rompimento das barragens de resíduos sólidos – prejuízos ambientais, sociais e humanos que foram provocados pelo acidente em Brumadinho e Mariana. Desde então, Rinaldo vem pacientemente articulando com Ian Queiroz, que é o responsável pelas parcerias entre o Governo do Estado e as empresas privadas, para que a Vale conclua as obras do hospital. 

Boas notícias

O vice-prefeito, Rinaldo Valério, conversou nesta semana com Carla Carvalho Martins (assessora do gabinete do secretário de Estado de Saúde), que lhe pediu para enviar os custos atualizados das obras de término do regional. A secretária vai mostrar para a Vale o valor real e provar que o nosso hospital deve ser o primeiro dos cinco hospitais que serão terminados pela empresa.

Entre todos os hospitais que estão com a construção parada, é o que apresenta menor custo e vai beneficiar mais pessoas. Rinaldo Valério esteve com o prefeito Galileu Machado (MDB)  na sexta-feira, 7, e solicitou a ele o valor atualizado desta obra. Galileu imediatamente pediu ao secretário de Saúde, Amarildo Sousa que já tem este valor, só precisa atualizá-lo. O vice-prefeito disse por telefone: "Vou cobrar o retorno destes custos, para enviar o valor para a secretaria o mais rápido possível. Hoje volto a falar com assessora da Secretaria Estadual de Saúde", garantiu Rinaldo.

Os fantoches na política

Na eleição para presidente da República em 2018, Lula (PT) não pôde concorrer ao cargo porque estava preso, condenado duas vezes por corrupção e lavagem de dinheiro em segunda instância, e respondendo a pelo menos a mais sete processos semelhantes. Por isso, o PT lançou Fernando Haddad (PT) como candidato a presidente. Mas, nas redes sociais, Haddad sempre foi tratado como um candidato fantoche: se eleito, seria manobrado por Lula. Em Divinópolis, suspeita-se que se Gleidson Azevedo for mesmo candidato a prefeito e eleito, quem vai comandar a Prefeitura será seu irmão, o hoje deputado Cleitinho (CDN). Aí, como perguntar não ofende, eu pergunto: Gleidson se sujeitará a ser um fantoche manipulado pelo irmão?

PT pode vir forte I

Que a esquerda tem um eleitorado forte em Divinópolis as pesquisas sempre mostram. O que inviabiliza os partidos de esquerda, principalmente o PT, a arrebanhar esses votos é que, no passado, eles não tiveram um candidato que encantasse e emocionasse seus possíveis eleitores. Beto Cury (PT) tinha tudo para ser este candidato, já que em 2012 na disputa pela Prefeitura obteve 20.448 votos ou 17,03% dos votos válidos. Mas Beto Cury se afastou de Divinópolis.

PT pode vir forte II

Por que afirmo que o PT pode vir forte nas eleições para prefeito em Divinópolis? Porque em 2018, na disputa entre Haddad e Bolsonaro, o petista obteve aqui 41.154 votos. É claro que cada eleição tem sua história, mas se o PT encontrar, como eu disse, um nome que encante e emocione os eleitores da esquerda pode, sim, sensibilizar esses 34,83% eleitores que demonstraram apoio e simpatia pelo Haddad. Quem viver verá!



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