O homem que viveu a Paixão de Cristo

Foi atingido por um raio durante as filmagens. Um dos flagelos desgovernado atingiu suas costas e abriu um corte de 35 centímetros. A cruz de 140 quilos tombou sobre sua cabeça e sangue jorrou de sua boca. Durante a crucifixão deslocou o ombro esquerdo, o que lhe causou dores horríveis. O frio era tanto e ele, praticamente nu, contraiu pneumonia. Quase não conseguia respirar. Seu corpo ficou azul e o médico foi chamado. Colocou o estetoscópio em seu coração e disse: “Ele pode morrer a qualquer momento”. Mel Gibson lhe perguntou: “Quer interromper as filmagens ou seguimos adiante?”. Ele respondeu: “Vamos até o fim. Este é um assunto entre Deus e eu!”. Começou o filme pesando 100 quilos e quando terminou pesava 77. Na volta para casa, mais um desafio: teve de ser operado do coração. Seu nome? Jim Caviezel.

Jim Caviezel — iniciais “J C”, de 1,85 metros de altura (pesquisas com o Santo Sudário mostram que essa era a altura de Jesus) — aos 33 anos, foi convidado a interpretar o Mestre dos mestres no filme A Paixão de Cristo. “Devo lhe avisar que, depois de fazer esse papel, talvez não encontre mais trabalho em Hollywood”, advertiu Gibson. Resposta: “Todos temos que abraçar nossas cruzes. Jesus é tão polêmico hoje como sempre foi. As coisas não mudaram muito em dois mil anos”.  Encarou o desafio! A superprodução em aramaico e latim — durante as exibições em cinemas — faturou US$ 612 milhões, sendo o filme religioso mais lucrativo. Além disso, dentre os filmes que não foram filmados em inglês, A Paixão de Cristo foi o mais lucrativo de todos os tempos. Mas, a profecia de Gibson se concretizou: em vez de aumentar a oferta de novos papéis para Caviezel — devido ao fenomenal sucesso do filme — aconteceu justamente o oposto, as portas se fecharam para ele: “Fui rechaçado por muitos em minha própria indústria. Fazer esse papel com Mel destruiu a minha carreira, mas eu não me importo. Em vez disso, essa oportunidade fortaleceu a minha fé. Eu prefiro ter o meu nome gravado no Céu, do que no Hall da Fama de Hollywood”.

O homem escolhido para mostrar a Paixão para o mundo foi entrevistado um ano antes de aceitar essa responsabilidade. O título da matéria foi: “Ser católico em Hollywood”. Suas ideias — antes de saber que seria convidado para o papel — talvez expliquem por que foi ele o escolhido para viver nas telas o Sacrifício do Cordeiro de Deus. Ao ler o texto a seguir, lembre-se de que ele disse isso um ano antes de saber que tinha sido o escolhido:

“Sei qual é a minha responsabilidade e estou disposto a sofrer por isso. Sei que não fui chamado para viver uma vida fácil. Fui chamado, como todos, para viver como Jesus! Deus está nos chamando para ser a luz do mundo e pede que nos sacrifiquemos para ajudar a carregar a cruz de Jesus Cristo. Em sua mente você tem que evitar o pecado, talvez não em ações, mas no pensamento. Para isso deve rezar. Quanto mais rezar mais perto estará de Deus. Quanto mais oramos com o coração, mais queremos orar. Quanto mais oramos, mais graças recebemos e isso aumenta a nossa vontade de rezar. Esse é o ciclo da vida, que faz com que o pecado seja raro em nossa vida. Quanto menos pecarmos, maior será a presença de Deus em nossa vida. Quando estamos com Deus no coração, passamos a viver o Céu na Terra. Quanto mais sentimos o Céu no coração, mais santos nos tornamos e cumprimos o que Jesus nos pediu: ‘Sejam perfeitos como o meu Pai é perfeito!’ Minha esposa, Kerri, e eu rezamos o terço todos os dias. Sabemos que, se rezarmos, permaneceremos unidos!”.

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