O grande desafio de Sampaoli

José Carlos de Oliveira

Agora é que a onça torcerá o rabo para os lados do argentino Jorge Sampaoli. Enquanto a equipe do Galo ia de vento em popa e até era apontada por muitos como a grande favorita ao título do Brasileirão da temporada, tudo era permitido (e até aceitável) para a Massa, que via com bons olhos as exigências do treinador para cima da diretoria, pedindo e muitas vezes exigindo que fossem contratados os atletas que ele imaginava serem os ideais para montar um grande time.

Caindo de produção

E até que deu certo durante algum tempo. Mas, agora, com a queda de produção de alguns jogadores e o Atlético despencando na tabela ‒ já sendo apontado por grande parte da imprensa como um cavalo paraguaio ‒, o treinador se verá em apuros. A cobrança da torcida será do tamanho de suas exigências, se não forem maiores. E será um Deus nos acuda para o seu lado. 

E com um detalhe ainda maior para esquentar a cabeça do argentino: ele não tem costas largas, com um cofre forte escondido para encarar essa briga. Para bancar suas exigências, o clube se virou com seus “mecenas” para custear as despesas. Agora, com a Massa, o buraco será mais embaixo, e o preço que a torcida vai cobrar é um futebol à altura, e já tenho minhas dúvidas se ele conseguirá isso no comando desse time do Galo. 

Esquema

Enquanto seu esquema de jogo era novidade (pelo menos não era manjado pelos adversários), tudo corria às mil maravilhas e as vitórias escondiam os enormes buracos em seu sistema defensivo. Agora, com todo mundo já manjando o seu esquema, ele terá que mudar a tática, ou caminhará de cabeça para baixo, para o buraco que se avizinha para o seu lado. 

E não vá pensar ele que a Massa lhe dará refresco, porque isso é algo que não está no cardápio dela. Uma das que mais apoia seu time, a torcida do Galo é também uma das mais exigentes do país, e é com esta realidade que Sampaoli terá que lidar agora.

Ainda dá

O sinal ficou amarelo, sim, mas ainda não é hora para desespero. Dá para Sampaoli e o Galo darem a volta por cima e brigarem na cabeça, mas que façam isso já a partir deste fim de semana contra o rival Flamengo, porque uma derrota neste domingo para o rubro-negro carioca pode ser a pá de cal que faltava, e o início de algo bem pior para os lados do time e da torcida, e as coisas ficarão, sim, ruins de vez para os lados do argentino.

MANGUEIRAS BRASIL

Lisca Doido e o América

Luiz Carlos Cirne Lima de Lorenzi, o Lisca Doido, já entrou para a história do América, ao levar o Coelho a uma inédita fase de quartas de final da Copa do Brasil, e com um ingrediente a mais, ao eliminar em sua caminhada o todo poderoso Corinthians Paulista. 

Se chegar até aqui já é história, imagina então se ele for ainda mais longe com o time? Aí será tratado como deus pela fiel torcida americana. E podem acreditar nisso, porque num torneio de mata-mata como é a Copa do Brasil tudo pode acontecer, até mesmo os mais fracos se tornarem os campeões. O que seria como ganhar a Mega-Sena para o torcedor do Coelho.

E história de um passado ainda recente (lembrem-se do Paulista de Jundiaí, em 2005) mostra que isso é, sim, possível.

Concorrentes indigestos

Como agora os duelos não são mais dirigidos, e sim por sorteio, tudo pode acontecer na próxima fase, até mesmo o América fugir dos favoritos e encarar um time com a sua força na briga por uma vaga nas semifinais. Até ontem à tarde já estavam garantidas na próxima fase, além do próprio América, as equipes do Flamengo, São Paulo, Cuiabá, Ceará e Internacional, e à noite foram definidas as outras duas, com favoritismo para Palmeiras frente o Bragantino, e para o Grêmio, no duelo gaúcho contra o Juventude.

Sorteio

De toda forma, como quem está na chuva é para se molhar, o Coelho só espera o sorteio que acontece no fim da manhã de hoje, às 11h30, na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para saber quem enfrentará nas quartas. E, venha quem vier, o time já está no lucro.

E como ninguém paga nada para sonhar, por que então não mirar o título? Difícil é, mas em torneios eliminatórios como a Copa do Brasil tudo é, sim, possível.

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