O Cinema Falado

Despedida

Está chegando a hora de me despedir dos meus leitores depois de 20 anos de convivência, iniciada em 1999 quando voltei às páginas do Jornal Agora para trazer minha contribuição com dicas sobre os grandes filmes que chegaram à nossa locadora Delta Vídeo. Como tudo que tem início, meio e fim, cheguei à conclusão que era hora de pôr um ponto final nesse projeto e partir para outros experimentos, já que a vida atual tem nos levado para outras formas de expressão e é lá que quero estar. Aproveito o ensejo para trazer nessa última edição minha primeira coluna , que nem data tem, mas que decorreu no ano de 1999 quando fui convidado pela equipe do jornal para aqui escrever, e essa viagem no tempo é um adeus e ao mesmo tempo um veredicto de que as coisas podem mudar, mas o bom cinema fica para sempre. Espero que curtam essa nostalgia e em breve nos veremos com outra roupagem, um abraço a todas as pessoas que viajaram comigo nessa página e um abraço especial na equipe de redação do Jornal Agora, companheiros de copo, pena e cruz, onde pudemos dar nossa contribuição para o crescimento da cultura e o lazer de Divinópolis.

Preâmbulo da coluna de 1999

Antes de iniciar a coluna quero agradecer esta oportunidade ao empenho de Sônia Terra que me incentivou a escrever para o Jornal Agora depois de um hiato de 15 anos. Quero também rememorar e render um tributo ao querido colunista Roberto Cruz, que partiu daqui de nossa convivência quatro anos atrás e deixou uma lacuna que não foi preenchida ainda na nossa cultura. Rôu era um amante fiel do cinema e lutou de todas as maneiras para que nós, mais jovens, tivéssemos acesso aos grandes clássicos da filmografia mundial e vai merecer ser sempre lembrado neste espaço. Basicamente vou ocupar desta coluna com as coisas que mais gosto e entre elas o cinema, que terá um tratamento exclusivo neste início, pois tenho um acesso privilegiado na área. Quero passar aos leitores os lançamentos da semana, além de outras dicas, e dar algumas opiniões mas , como meu gosto é pessoal e intransferível, assumo desde já o caráter falho de minha presunção e estarei aberto a qualquer interpelação que o leitor arguto queira fazer sobre os meus juízos. Quanto ao título da coluna, esta é uma homenagem a um dos maiores artistas brasileiros, Noel Rosa, que perpetuou este samba na voz de Araci de Almeida que começa com os sábios versos: “O cinema falado é o grande culpado da transformação...”.

Lançamentos da semana

- Traição (Made Man), com James Belushi e Timothy Dalton. Ação.

- Eu ainda sei o que vocês fizeram no verão passado (I Still Know What You Did Last Summer). Suspense.

- Encontro marcado (Meet Joe Black), com Brad Pitt e Anthony Hopkins. Romance.

- Mens@Gem para você (You’ve Got Mail), com Tom Hanks e Meg Ryan. Romance.

- Inimigo do estado (Enemy of the State), com Will Smith e Gene Hackman. Suspense.

- Fantasmas (Phantoms), com Peter O’Toole e Bem Affleck. Terror.

- Um drink no inferno 2- Texas sangrento (From Dust Till Day Nº 2-Texas Blood Money), de Quentin Tarantino e Roberto Rodrigues. Terror.

Dica: Os lançamentos da semana servem para todos os gostos. Quem gosta de um bom romance pode escolher Mens@gem para você, que traz de volta a dupla de Sintonia do Amor, Tom Hanks e Meg Ryan numa história de amor iniciada num bate-papo na internet. Outro bom romance, Encontro marcado, traz o favorito das meninas, Brad Pitt, no papel da Morte que vem buscar o empresário interpretado por Anthony Hopkins, mas aconselho os leitores a alugarem apenas a fita legendada pois a dublagem é uma das piores que já vi. Para a garotada amante de um suspense, Eu ainda sei... faz a alegria das tardes de primavera enquanto Inimigo do estado já é um filme para adultos que gostam de espionagem com um bom trabalho dos atores principais. Terror não é minha praia mas tem uma grande penetração para aqueles que gostam de emoções fortes e o público tem falado bem de Fantasmas e um drink no inferno dois apesar de eu não ter assistido. Traição é um filme de ação com bons atores e uma trama que pede atenção.

Saudosismo

Este espaço será usado para lembrar-se de algumas obras que fizeram sucesso num determinado tempo e até hoje trazem boas recordações para quem as viveu. Hoje vamos falar de um filme que foi lançado em 1968, O PLANETA DOS MACACOS, que está sendo relançado este mês nas locadoras. Esta ficção científica traz o ator Charlton Heston liderando um grupo de astronautas sobreviventes num futuro onde os macacos são os senhores e os humanos os escravos. Feito com um humor peculiar, acabou levando o Oscar pela maquiagem fantástica criada para os símios e até hoje tem uma mensagem forte nos alertando contra a progressiva destruição do nosso planeta.

Cult movie

Esta sessão me interessa em especial pois tenho grande simpatia por aqueles filmes que transcendem o aspecto mercadológico e apostam na criação artística. Apesar de pouco procurados, eles tem seus fiéis seguidores que o reverenciam pela vida afora. Nada melhor do que inaugurar a coluna com o grande diretor sueco Ingmar Bergman, um dos mais influentes deste século, que nos presenteia com sua obra prima O SÉTIMO SELO (1956). Este filme está sendo relançado totalmente remasterizado e conta a história de um cavaleiro desiludido (Max Von Sidow) que volta das Cruzadas e tenta resolver os mistérios da vida enquanto joga xadrez com a Morte que lhe ofereceu um pequeno adiamento de sua pena de morte. É um filme aclamado no mundo inteiro e nunca cansamos de revê-lo.

Cinema na escola

Esta é uma sessão basicamente voltada para o currículo das escolas pois sabemos que a nova geração é mais ligada no audiovisual do que na leitura propriamente dita. Há vários filmes que complementam lições nas áreas de história, geografia, ciências e que podem ser direcionados pelos professores na ilustração de suas aulas. Hoje vamos abordar o tema da Revolução Francesa, a rebelião política ocorrida em 1789 que derrubou a monarquia dos Bourbon e representou um divisor de águas na história da Europa. Dos filmes que abordam o tema, temos três deles muito interessantes:

 A queda da bastilha (1980), direção de Jim Goddard, focalizando a tomada da prisão estatal francesa que era o símbolo do despotismo da época.

Casanova e a revolução (1982), direção de Ettore Scola, onde entrecruza - se a história do famoso amante italiano com a fracassada fuga do Rei Luís XVI para a cidade de Varennes.

Danton - o processo da revolução, direção de Andrzev Wadja, centrando a história quatro anos após a Revolução quando a república havia sido instaurada e a situação da França era um desastre. São filmes que podem trazer uma exata reconstituição do espírito da época.

Os 10 filmes mais alugados em agosto na Delta Video da av. Paraná:

  • O legionário
  • O resgate do soldado Ryan
  • Encontro marcado
  • O soldado do futuro
  • Além da linha vermelha
  • Nova York sitiada
  • Ressurreição
  • Os bravos fora-da-lei
  • Simão - O fantasma trapalhão
  • A vida é bela
Comentários