O adeus de um ídolo

José Carlos de Oliveira

Sai o ídolo, atleta, e entra em ação mais um dirigente de futebol. Depois de quase nove anos defendendo a camisa 1 do Atlético, o goleiro Victor fez sua última partida na noite de domingo, na vitória por 3 tentos a 0 sobre a URT, na abertura do Campeonato Mineiro para o Galo.

Sai de cena o goleiro, mas permanece em ação o homem, já que, convidado pelo presidente Sérgio Coelho, o agora ex-goleiro Victor aceitou a tarefa de ser o novo gerente de futebol do clube.

Trajetória

Nestes quase nove anos vestindo a camisa número 1 do Galo, Victor esteve em ação em 424 partidas, com 205 vitórias, 109 empates e 110 derrotas, entrando para a seleta lista de jogadores que mais vestiram a camisa do alvinegro mineiro ‒ é o nono ‒ e tendo no currículo conquistas que entraram para a história do clube. 

Foram sete taças de campeão pelo Galo, sendo quatro estaduais, e as tão sonhadas conquistas da Copa do Brasil 2014, Taça Libertadores 2013 e Recopa Sul-americana, que colocaram o Galo num novo patamar no futebol do continente. 

Ídolo sim

Dono de uma carreira vitoriosa tanto no Atlético quanto no Grêmio de Porto Alegre, Victor sai de cena como um dos bons goleiros que jogaram no futebol brasileiro nos últimos anos. Mas, quanto a ser o melhor jogador do Galo na posição em todos os tempos, há controvérsias, pois muitos outros foram tão bons e até melhores que ele.

Victor pode ter apontado como o herói que levou o Galo ao tão sonhado título da Libertadores, quando defendeu pênalti batido por Riascos e depois repetiu o feito na final contra o Olímpia, mas quanto a ser o melhor tem que perguntar para o João Leite, Mussula e para o uruguaio Mazurkievics. Sem deixar de lado o tetracampeão Taffarel.

Voltar a vencer em casa

O Cruzeiro faz amanhã, contra a Caldense, o seu primeiro duelo como mandante na nova temporada. Apesar de já estarmos em março, e o futebol estar acontecendo no Brasil desde janeiro, a temporada de 2021 começa efetivamente agora, já que as partidas anteriores completaram o ano de 2020, que teve suas competições prejudicadas por causa da pandemia da covid-19. E a receita para o clube estrelado no início de um novo ano é voltar a ser o dono do quintal, fazendo o dever de casa para evitar sofrimentos futuros.

Foi mal

E não há como discutir essa verdade. A péssima temporada de 2020 da Raposa se deve justamente ao fato de não ter conseguido jogar bem em casa, perdendo jogos e deixando escapar pontos preciosos como mandante, quando era franco favorito e tinha a obrigação de vencer. Jogar em casa no último ano foi o maior pesadelo da China Azul.

Vencer e vencer

E agora disputando a Série B pela segunda temporada consecutiva, o esquadrão celeste não pode se dar ao luxo de deixar escapar os resultados quando joga como mandante, seja em que estádio for, Mineirão ou Independência, o Cruzeiro tem que se impor e ser o pesadelo dos adversários, e não o contrário, como aconteceu no último ano. 

E tem que ser para já, nos duelos pelo Campeonato Mineiro. Que os times inimigos entendam, de uma vez por todas, quem é que manda por aqui.

Dá para sonhar

E pelo futebol apresentado no jogo de sábado no Parque do Sabiá, apesar do empate em 1 a 1 com o Uberlândia na abertura do estadual para os dois times, as expectativas são as melhores possíveis, pois o esquadrão estrelado voltou a gostar do jogo e a ter a bola nos pés, partindo para cima do adversário, sempre em busca do gol, bem ao estilo dos velhos tempos. E é tudo isso que a torcida espera daqui para frente. Chega de jogar pelo resultado e para não tomar gols. Como mandante, a Raposa tem a obrigação de se impor sobre seus adversários, sejam eles quais forem.

Novo começo

E isso o novo time de Felipe Conceição está mostrando ‒ pelo menos deixou transparecer no jogo de sábado. E se essa for a realidade daqui para frente, não tenho dúvidas de que grandes coisas estão reservadas para a China Azul nos próximos meses.

É esperar e conferir os próximos capítulos, a começar do jogo de amanhã frente à Veterana de Poços de Caldas. Que o adversário volte a tremer no Mineirão é tudo que se espera a partir de agora.

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